Beco Seguro

De Paulo Coelho

 

Era um dia, como outro qualquer, sugado pelas rotinas do quotidiano. E havia sempre aquele beco…

Embora não fosse escuro ou escondido, não deixava de transmitir uma sensação de insegurança, e o desejo de que terminasse rapidamente.

Mas ela ia sempre por ali… era o caminho mais rápido para chegar ao emprego, emprego esse que lhe custara a conseguir e que não só lhe permitia pagar as contas, mas também a perspectiva de uma vida próspera.

Olhava sempre para trás, antes de atravessar o beco. Não sabia porquê, mas sentia-se mais tranquila ao fazê-lo.

Naquele dia, não olhou… E aquele beco deixou de se chamar «Beco Seguro».

 

*Este texto foi redigido segundo o Acordo Ortográfico de 1945

 

SOBRE O AUTOR

Paulo Coelho

Paulo Coelho, virginiano dum raio, procura a perfeição em tudo o que faz, mas a preguiça é o que de mais perfeito tem.

Literatura, música e cinema são das áreas que mais o entusiasmam, e o terror é dos temas que mais aprecia, mas também o que mais medo lhe causa.

Gosta de se exprimir na guitarra, e a fotografia foi uma paixão que descobriu com a pandemia.
Já foi um aficionado em videojogos, sendo os seus favoritos os jogos de terror, como Resident Evil, Silent Hill ou Deep Fear.