Sobre nós

Os fundadores

Sandra Henriques

Editora-chefe

Aos 10 anos, despertei para o terror com o Halloween do John Carpenter e nunca mais olhei para trás, mesmo quando um dia me disseram que «o terror não é para meninas». Comecei por escrever sobre viagens e achava que tinha pouco jeito para a ficção, até que um convite para integrar uma antologia de contos de terror em português e o primeiro prémio num concurso europeu de flash fiction me trocaram as voltas.

Na Fábrica do Terror, assumo o papel de editora-chefe, com muito orgulho e um tremendo sentido de responsabilidade.

Pedro Lucas Martins

Editor literário

Não me lembro de uma altura da minha vida em que não gostasse de terror. Parece ter sido mais algo que nasceu agarrado a mim do que um gosto adquirido. Já desenhava monstros sem referência, mesmo antes de, aos seis anos, começar a passar os dias no maravilhoso mundo dos videoclubes, primeiro a ver a arte nas capas da secção de terror; depois, a ler os resumos dos argumentos. Hoje, mantendo a coerência, continuo com os mesmos gostos, tendo estes evoluído para a escrita, onde tive a felicidade de ser reconhecido e premiado pelo meu trabalho na ficção de terror.

Desdobro-me entre várias atividades (desde a escrita, investigação linguística, revisão, edição, tradução e formação). É com este percurso, e com uma grande dose de entusiasmo, que assumo, na Fábrica do Terror, o cargo de editor literário.

Ricardo Alfaia

Diretor artístico

Tem sido uma viagem incrível. Sendo a fotografia e o design os veículos que me permitiram aqui chegar, o estímulo para fazer parte deste projeto excecional foi o privilégio de poder trabalhar com pessoas que amam aquilo que fazem.

Filosofia profissional: form & function.
Filosofia privada: nunca perder a oportunidade de fazer (ou viver) algo especial.

Na Fábrica do Terror, tenho o imenso prazer de ocupar o cargo de diretor artístico.

As origens

No final de julho de 2021, dois escritores e um designer entraram numa casa abandonada, numa noite sem Lua, ao pé de um pântano com um nevoeiro denso e permanente, determinados a alimentar os monstros que se escondiam lá dentro.

Bom, na realidade, foi numa sala de Zoom, mas com o espírito de quem vai derrubar paredes e escancarar portas, enfrentar o Diabo e viver para contar a história. Ou criar um site totalmente dedicado à arte de fazer terror em Portugal.

Sabíamos que o terror português existia (e em vários formatos), mas dificilmente conseguíamos saber dele fora dos circuitos dos festivais dedicados ao género. Também sabíamos que o problema não era falta de talento e de qualidade, nem sequer o de não haver tradição de se criar terror português.

Queríamos encontrar os criadores e a sua obra sem ter de abrir duas portas erradas para chegar à certa. Mostrar que eles existem, dar-lhes palco e deixar a porta aberta para os que hão de vir. Os deuses (ou os demónios) fizeram com que os nossos caminhos se cruzassem e, numa conversa curta que se transformou numa longa e produtiva primeira reunião de trabalho, lançámos a primeira pedra deste site.

O nome

Porquê Fábrica do Terror e não casa, ou mansão, ou floresta das almas penadas? Porque, apesar de encontrar o nome certo ter sido o nosso primeiro desafio, sabíamos quais eram os nomes que não queríamos. Todos eles soavam àquele crescendo de violinos fora de tom que ouvimos segundos antes do jump scare e que nos põe o coração a sair pela boca. Para nós, o terror não é (só) isso.

O terror a sério — visceral que faz com que não afastemos os olhos do ecrã, pica-miolos que nos implanta no cérebro a dúvida do foi/não foi depois de fecharmos o livro — é tudo menos clichê. E a produção de terror em Portugal é bastante mais rica e mais complexa do que se pensa. Os fãs assumidos do género sabem-no; os que ainda estão a descobri-lo precisam de o saber.

Queríamos legitimar o terror português e que este site não fosse apenas mais uma montra ou mais uma plataforma de divulgação — já há muitos que o fazem e bastante bem. Idealizámos um lugar onde pudéssemos mostrar o que se produz de terror em Portugal e onde incentivássemos a que se produzisse mais. Um ciclo de produzir para consumir para produzir, mas sem provocar um apocalipse de mortos-vivos.

E, no dia em que o nome Fábrica do Terror saltou para o topo da (pequeníssima) lista de nomes prováveis, já não conseguimos pensar noutra coisa. A 31 de agosto de 2021, a imagem cristalizou-se naquele que é hoje o nosso logótipo, vimos fumo a sair das chaminés, e a linha de montagem começou a rodar.