«The Conjuring 4: Extrema Unção» (2025)
Um filme de Michael Chaves.
O último capítulo da saga The Conjuring chegou ao grande ecrã a 4 de setembro e encheu cinemas.
Doze anos.
Começamos esta conversa com uma pequena nota: Já se passaram 12 anos desde que o mundo foi iluminado (ou escurecido) com o primeiro filme da saga, The Conjuring (A Evocação).
Mantendo-se, até hoje, um símbolo do renascimento dos filmes de terror da década de 2010, a saga teve direito a um universo próprio, com Ed e Lorraine Warren a ligarem The Conjuring às sagas primas Annabelle e The Nun.
O original permanece memorável, com os filmes subsequentes a darem continuidade ao sucesso de bilheteira. Quatro anos após The Conjuring 3 — The Devil Made Me Do It arrecadar menos 100 milhões de dólares do que os seus antecessores, estreia o que foi anunciado como o último capítulo dos casos dos Warren.
Extrema Unção é o título do quarto capítulo da saga, com o último dos santos sacramentos a servir disso mesmo: uma última bênção a este franchise. Na realidade, só não se esperam mais filmes cujo título comece por The Conjuring; estamos cansados de saber que os limões se espremem até à última gota, e o universo criado com o filme de 2013 tem sido uma limonada prolífera. Outros filmes no mesmo universo são planos certos.
Em mais um dos seus casos tenebrosos, Ed e Lorraine Warren encontram-se na necessidade de encerrar capítulos e de salvar a sua família de uma entidade malévola que assombra uma família americana.
Já sabemos como acontecem os filmes americanos, certo? Horror, menos horror, mais horror, final feliz. Esta é mais ou menos a equação de todos os filmes norte-americanos e já a temos vindo a explorar várias vezes. E quem segue a SdN sabe perfeitamente que, neste espaço, gostamos de ser surpreendidos. Se há coisa que podemos dizer de The Conjuring: Extrema Unção é que falha em surpreender. Quer dizer, surpreende um bocado pela quantidade de «azeite».
Nada a referir na qualidade do elenco. O mundo conhece bem os dotes artísticos de Vera Farmiga e Patrick Wilson, que tornaram o polémico casal Warren num dos casais fictícios mais amados do século XXI, mas serei eu a única cansada da necessidade de abordar a filha do casal e de estarmos sucessivamente a usar atrizes que claramente não são a mesma pessoa? Vão dizer-me que, com todas as artes artificiais do século XXI, não conseguimos mantê-las todas semelhantes à Judy original? (Entenda-se que a Judy original não é a primeira, mas sim a que mais cativou a população amante de terror: McKenna Grace). É mesquinho, mas é capaz de ter sido o meu primeiro momento cringe na sala de cinema, enquanto segurava as pipocas.
Cringe é também toda a forma como o amor de família é retratado no filme — em modo Deus, Família e Pátria — e como The Conjuring: Extrema Unção se torna numa espécie de Avengers do terror, com um assemble na cena de encerramento do filme (obrigada ao meu parceiro de crime pela analogia que resume perfeitamente este último capítulo).
A fórmula de jump scares dos criadores de The Conjuring também é largamente conhecida e, na tentativa de surpreender os espectadores, os sustos foram colocados fora do tempo previsto, resultando numa desarmonia que falhou em atingir o seu objetivo.
Respiremos fundo, puxemos de novo uma postura mindful e deixemos a amargura de lado.
The Conjuring: Extrema Unção vai ser, sem sombra de dúvida, um sucesso de bilheteira. É um filme feito para agradar às massas, e as massas moveram-se para as salas de cinema e continuaram neste corrupio desde 4 de setembro pelo fim de semana fora. Com menos de cinco dias de cartaz, o filme já tinha arrecadado mais de 194 milhões de dólares mundialmente.
Para os fãs de finais felizes e que queiram um término family-friendly para os Warren, corram para o cinema, para as plataformas de streaming, onde quer que seja que façam os vossos visionamentos (legalmente, OK???!!!).
Deem-nos a vossa opinião.
E em atenção à Editora-chefe: cuidado com o CGI.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.





