Lucio Fulci em destaque na programação do Passos no Escuro

Depois de Dario Argento, os ciclos de cinema de culto do Passos Manuel voltam a Itália para homenagear o realizador Lucio Fulci.

As sessões do Passos no Escuro ocorrem quinzenalmente às quartas-feiras e têm início às 22 h. Os bilhetes podem ser adquiridos no local, no dia da exibição.

O ciclo Passos no Escuro volta a destacar o cinema italiano. Depois de Dario Argento ter estreado, em 2019, aquelas que já se tornaram sessões míticas da noite do Porto, é a vez de Lucio Fulci chegar até ao grande ecrã, com duas sessões programadas.


Na quarta-feira, dia 13 de abril, é exibido o filme City of the Living Dead, estreado em Portugal em 1982 com o título Os Mistérios da Cidade Maldita.


Neste filme, um grupo de pessoas tenta descobrir a razão por detrás de alguns acontecimentos bizarros na cidade de Dunwich, acontecimentos esses que podem originar uma invasão dos mortos-vivos.


Para o final do mês, no dia 27 de abril, está reservada a exibição de The Beyond, ou As Sete Portas do Inferno, como ficou conhecido em Portugal na sua estreia há 40 anos.


Talvez a obra mais icónica do realizador e aquela que mais transparece a lógica de sonho impressa no seu estilo de terror. A ação passa-se no Louisiana, onde uma jovem tenta reabilitar um hotel, sem saber que este foi construído sobre uma das passagens para o Inferno.

Ambos os filmes vão buscar fortes inspirações a H. P. Lovecraft e conseguem transmitir a sensação de paranoia que o autor imprimia nas suas obras. As imagens colocadas no ecrã são altamente evocativas do estilo operático do expressionismo alemão, tornando-se em algo novo com a junção de sequências bastante violentas para a altura. Tudo isto é intensificado com uma banda sonora fantasmagórica e super eficaz a cargo do colaborador mais fiel do realizador, o compositor Fabio Frizzi.


Lucio Fulci é colocado ao lado de Mario Bava e Dario Argento como um dos grandes autores do género, em Itália.


Realizou dezenas de filmes, desde o western à comédia, passando até pelo cinema policial de ação, mas foi o terror que o catapultou para as bocas do mundo. O seu estilo é inconfundível e caracteriza-se por deixar a lógica da narrativa para segundo plano, preferindo concentrar-se na atmosfera criada e no forte impacto das imagens, com efeitos especiais que ainda hoje podem ferir os mais susceptíveis.

 

Conversámos com o curador de Passos no Escuro, José Santiago. Não percas a entrevista (em breve) na Fábrica do Terror!