Visita à aldeia abandonada de Broas

O Casal da Fábrica foi descobrir uma aldeia abandonada entre Mafra e Sintra. Será que encontraram almas penadas?

A Aldeia de Broas, na freguesia de Cheleiros, encontra-se desabitada há mais de 20 anos.

Avatar photo
Telma Cebola

Num dia soalheiro de outubro, o Casal da Fábrica decidiu ir conhecer a aldeia abandonada (e assombrada?) de Broas.

Depois de uma pequena caminhada por um trilho de terra, ladeado por arbustos e uma vista de cortar a respiração, os primeiros resquícios do que seria uma casa anunciam a chegada à aldeia fantasma de Broas. Já pouco resta das casas em si — da sua estrutura original. E, à exceção de uma ou outra, todas se encontram bastante degradadas. Não obstante, é um passeio muito bonito, com uma vista linda, no meio da natureza, onde ainda foi possível comer figos colhidos diretamente da figueira. É uma aldeia já em ruína, mas acreditamos que tenha tido a sua beleza em tempos idos, especialmente pela paisagem onde se encontra.
Gostaria de dizer que sentimos os espíritos dos antigos habitantes a vaguear pela aldeia, ou que assistimos a um fenómeno paranormal, mas, tirando as moscas e uma borboleta que nos seguiram o percurso todo (fantasmas do passado?), e do ligeiro susto mútuo com uma família a sair de uma casa quando íamos a entrar, foi um passeio tranquilo e bastante agradável.

A aldeia de Broas fica na freguesia de Cheleiros, concelho de Mafra, e a sua restante área na freguesia de Terrugem, concelho de Sintra. Desenvolve-se numa encosta orientada para o vale de Cheleiros, onde confluem a ribeira da Cabrela e o rio Lizandro. Deve o seu nome às várias elevações cónicas — ou broas — do terreno onde está inserida.


Historicamente, existem indícios de ocupação humana na margem esquerda da ribeira de Cheleiros, onde se situa a aldeia de Broas, no período paleolítico, mas o primeiro registo histórico que se conhece sobre a aldeia pertence ao censo populacional de 1527.  No ano de 1950, viviam na aldeia cerca de 25 pessoas (6 a 7 famílias).


Era composta por 22 edifícios, sendo que 8 eram habitacionais e os restantes casas agrícolas. A aldeia nunca se inseriu numa economia comunitária, embora houvesse espaços públicos comunitários. O facto de nunca se ter processado qualquer intervenção municipal, como estradas, rede de abastecimento de água e eletricidade, foi uma das razões principais para o abandono por parte da população. A última habitante da aldeia, a Dona Joaquina, saiu em 1977, ficando Broas abandonada para sempre.

Chegar a esta aldeia é relativamente fácil, basta colocar no GPS o seu nome, mas preparem-se para cerca de 10/15 minutos de passeio pedestre (grau de dificuldade: fácil/moderado). Assim, escolham um dia sem chuva e levem água e calçado confortável. Ah, e não façam como um dos membros do casal, que foi de saia comprida de ganga e top de alças e saiu de lá toda arranhada nas pernas e braços!

Por fim, resta dizer que a WESCAPE organiza passeios pedestres guiados que incluem a Aldeia de Broas. Desta vez, não conseguimos aproveitar o convite e acabámos por ir sozinhos, mas haveremos de ir noutra ocasião. Podem ficar a conhecer mais sobre estes passeios aqui.

GOSTASTE? PARTILHA!


Avatar photo
Telma Cebola

Telma Cebola nasceu em Cascais no ano de 1985. Desde sempre apaixonada pelos animais, dedica-lhes grande parte da sua vida. Curiosa, com gostos variados e sede de conhecimento, ao longo do seu percurso profissional tem colecionado vários cursos e formações na área da Comunicação, das Línguas, da Responsabilidade Social e dos Eventos. Sonha um dia ter a sua quinta para animais resgatados.

Outros artigos do autor

Privacy Preference Center