Imaginem o seguinte cenário: estamos em 1550. Dom Jorge, o último grão-mestre da Ordem Militar de Santiago, morreu. O medalhão que carregava, de imenso poder, foi destruído. Desde essa altura, o Castelo de Palmela é controlado por um grupo de opositores que persegue e silencia todos os que se lhe opõem, chamado A Ordem.
Por mero acaso, um grupo de amigos deambula castelo dentro e é interpelado por uma figura encapuzada e ofegante, que lhes pergunta o que ali fazem num dia tão perigoso. Ninguém sabe que perigo corremos, mas logo somos postos ao corrente por Helena, que desesperadamente nos pede ajuda para fazer frente à Ordem e salvar não só o castelo, mas Palmela inteira.
E como podemos nós resistir a tal pedido? Tal como a típica personagem de filme de terror que nunca se abstém de descobrir a origem de todos os sons estranhos, avançamos noite (e castelo!) dentro em busca de respostas, com o perigo em todas as esquinas.
Recusei-me a ir sozinha, claro, e levei um amigo que, tal como eu, nunca tinha feito uma única experiência semelhante na vida (sim, leram bem, nunca tínhamos estado num escape room!). Confesso que tivemos receio de ser demasiado para nós e darmos mau nome à Fábrica, mas é com orgulho que vos informo que fomos bem-sucedidos — e adorámos a experiência!
A Ordem apresenta um equilíbrio muito bom entre teatro imersivo, terror, escape room e enigmas, sempre com um ritmo rápido e tensão constante. Acredito que será uma experiência particularmente boa para quem esteja pouco habituado a conteúdos de terror ou seja demasiado medricas, porque os puzzles e o mistério acabam por ajudar os participantes a concentrar as suas energias em mais do que apenas no medo.
A performance de todos os atores foi estupenda e extremamente realista; o facto de ser uma participante ativa do teatro fez-me questionar moralmente algumas das minhas ações (ou a falta delas), o que sem dúvida enalteceu a experiência. O facto de sermos um grupo de oito pessoas foi um elemento-chave para o caos, mas também para um genuíno trabalho em equipa onde todos verdadeiramente se divertiram, apesar de não nos conhecermos.
E o mistério? Bom, esse terão de investigar por vocês. E, se tiverem sorte, talvez saiam de lá inteiros…
Informações gerais
Datas: 30 e 31 de maio | 6, 7, 20 e 21 de junho
Local: Castelo de Palmela
Sessões: às 21 h e às 23 h
Lotação por sessão: 8-10 pessoas
Duração: 1 hora por sessão
Destinatários: Maiores de 16 anos
Bilhete: 20 € por pessoa
Apoio: Câmara Municipal de Palmela
Estacionamento público gratuito junto à entrada do Castelo de Palmela.
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Laura Silva
Apaixonada por histórias desde 1992, é escritora nas horas vagas e pasteleira aos fins-de-semana. O gosto pela leitura deu muito jeito para a licenciatura em Direito, mas agora é constantemente abordada por amigos e familiares para consultoria jurídica gratuita. Extremamente traumatizada em criança pelo Cadeirudo, acabou por aprender a gostar de todas as facetas da ficção especulativa, que hoje se revela o seu género favorito.