«Barbarian» (2022), de Zach Cregger
Para ver na plataforma de streaming Disney+
Obrigada, Zach Cregger, pelo que é um dos melhores filmes de terror de 2022. Top 3 das minhas escolhas, inquestionável. «Estamos a agradecer o quê, afinal?», pergunta o caríssimo espectador. Estamos a agradecer Barbarian, óbvio.
Como estreia a solo do escritor e realizador, o filme é já um rápido sucesso de bilheteiras, arrecadando cerca de 42 milhões de dólares a nível mundial antes do final do mês de outubro. Porquê? Porque é bom, simples.
Barbarian oferece aos amantes de terror movimento e ação constantes sem esquecer a importância de um sólido ambiente de suspense. Combina a história de várias personagens num enredo complexo, mas de fácil compreensão, conseguindo simultaneamente surpreender pelas reviravoltas imprevisíveis.
Ao espectador são apresentadas duas personagens principais, e que melhor maneira de começar se não com o desempenho convincente de Georgina Campbell e a presença agradável e completamente duvidosa de Bill Skarsgård (sempre infalível em fazer o espectador levantar o sobrolho). Quem conhece o trabalho do ator sueco dificilmente conseguirá evitar a suspeita de que Skarsgård é o culpado disto tudo. Como se diz cá por casa, o tipo parece que está sempre a sorrir e isso não é normal. Os olhos também inspiram a desconfiança. Na realidade, foi o papel de Pennywise (a discutir noutros bailes). Não me irei alongar neste assunto, que os caracteres estão contados, mas preparem-se para a surpresa e preparem-se que é súbita.
Curiosamente, o filme vai arruinar o negócio das casas de aluguer de curta duração, como o IT arruinou os palhaços.
Barbarian tem tudo, incluindo a própria história de como tudo começou, sendo claramente também a história de como tudo acaba. Mantendo a noção de final girl, mas de uma forma credível e possível, Barbarian vem tirar o espectador da cadeira e atirar-lhe um monte de bolas curvas diretamente à cara.
Está numa casa com um desconhecido. Desconfortável o suficiente? Há uma cave com uma sala suspeita. E agora? Temos um homem cuja conduta é completamente reprovável. Já se ajeitou na cadeira? E se, além de um elemento de estranheza e sobrenatural, acrescentarmos o terror humano bem para lá do que estamos dispostos a aceitar? E se a culpa for, na origem de tudo, da perturbação de uma simples mente humana?
Nesta Sessão da Noite, vemos Barbarian, e eu não vou querer alugar Airbnb nenhum depois disto.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.