Crítica a Baby Assassins, de Hugo Sakamoto

Thriller japonês em antestreia europeia no Fantasporto 2022

Por Madalena Feliciano Santos

 

Baby Assassins é centrado em duas adolescentes, Chisato e Mahiro, que trabalham como assassinas contratadas. Estas, depois de terminarem os estudos, são obrigadas, quase como «política da empresa», a viver juntas e a arranjar trabalhos em part-time para se integrarem na sociedade (como camuflagem para o seu trabalho principal).

A atenção do espectador é agarrada logo nos primeiros minutos com toda a coreografia da cena de luta (mostrando desde o início as suas capacidades «profissionais») e quando percebemos que tudo o que acabou de acontecer nessa sequência é apenas uma fantasia de Mahiro durante uma entrevista de emprego. Imaginamos assim o caminho que o filme vai levar, porque o mesmo nos apresenta violência, thriller e comédia. Tudo isto de uma vez.

A partir daqui, o filme desdobra-se para conter várias histórias, desde a procura de um part-time, e os seus inúmeros falhanços, ao final resultante de um incidente particular e desligado da empresa que as contrata.

É interessante como o facto de Mahiro e Chisato serem assassinas profissionais é usado como base para o desenrolar de (diria) outras duas histórias principais, que se cruzam em alguns pontos ao longo do filme e que colidem em força no clímax final.

Depois, há também os elementos de comédia que tornam o filme não demasiado sério, com referências atuais e piadas simples que aliviam a tensão de todas as cenas de violência. O que proporciona a comédia, nestes momentos, é o público saber exatamente do que é que Mahiro e Chisato são capazes, contrastando com o que acontece nessas situações específicas. Na sala de cinema, tanto se sentia a tensão e o suspense como se passava disto a risadas, e vice-versa.

Baby Assassins é um filme que, acima de tudo, entretém. Alguns clichés, sem dúvida, mas, mesmo assim, uma ótima escolha para ver no Fantasporto deste ano.