Crítica a Baby Assassins, de Hugo Sakamoto
Thriller japonês em antestreia europeia no Fantasporto 2022
Baby Assassins é centrado em duas adolescentes, Chisato e Mahiro, que trabalham como assassinas contratadas. Estas, depois de terminarem os estudos, são obrigadas, quase como «política da empresa», a viver juntas e a arranjar trabalhos em part-time para se integrarem na sociedade (como camuflagem para o seu trabalho principal).
A atenção do espectador é agarrada logo nos primeiros minutos com toda a coreografia da cena de luta (mostrando desde o início as suas capacidades «profissionais») e quando percebemos que tudo o que acabou de acontecer nessa sequência é apenas uma fantasia de Mahiro durante uma entrevista de emprego. Imaginamos assim o caminho que o filme vai levar, porque o mesmo nos apresenta violência, thriller e comédia. Tudo isto de uma vez.
A partir daqui, o filme desdobra-se para conter várias histórias, desde a procura de um part-time, e os seus inúmeros falhanços, ao final resultante de um incidente particular e desligado da empresa que as contrata.
É interessante como o facto de Mahiro e Chisato serem assassinas profissionais é usado como base para o desenrolar de (diria) outras duas histórias principais, que se cruzam em alguns pontos ao longo do filme e que colidem em força no clímax final.
Depois, há também os elementos de comédia que tornam o filme não demasiado sério, com referências atuais e piadas simples que aliviam a tensão de todas as cenas de violência. O que proporciona a comédia, nestes momentos, é o público saber exatamente do que é que Mahiro e Chisato são capazes, contrastando com o que acontece nessas situações específicas. Na sala de cinema, tanto se sentia a tensão e o suspense como se passava disto a risadas, e vice-versa.
Baby Assassins é um filme que, acima de tudo, entretém. Alguns clichés, sem dúvida, mas, mesmo assim, uma ótima escolha para ver no Fantasporto deste ano.
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Madalena Feliciano Santos
Madalena Feliciano Santos nasceu em 2001, em Lisboa. A partir do momento em que leu The Shining, nunca mais largou o terror, estreando-se como autora na antologia Sangue Novo, em 2021, com o conto «Sonhei com uma Linha Vermelha». Frequenta o Mestrado em Tradução da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a trabalhar, sobretudo, sobre a tradução de literatura de terror.