«A Macabra História da Maior Serial Killer Portuguesa»

Documentário de Ricardo Clara Couto sobre Luiza de Jesus. Para ver na RTP Play.

«Mais de dois séculos depois dos macabros achados que levaram à descoberta dos crimes, o documentário traça o perfil da mais terrível infanticida portuguesa de todos os tempos.»

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Sandra Henriques

Luiza de Jesus «fez história» por ser a única assassina em série portuguesa (que se saiba) e por ter sido a última mulher a ser executada em Portugal. Um dos primeiros artigos da Liliana Duarte Pereira para a Fábrica foi precisamente sobre esta figura, da qual pouco ou nada se conhece a não ser a sua sentença, de que falámos nesse artigo:


«[…] [F]oi condenada a percorrer as ruas com uma corda ao pescoço, enquanto os seus crimes eram lidos em voz alta, para que toda a multidão ouvisse. Foi queimada com uma tenaz em brasa, e as suas mãos foram amputadas. Antes de ser queimada em sede de execução pública, foi garroteada.»


Depois de um romance (A Assassina da Roda, de Rute de Carvalho Serra) em 2020 e de uma peça de teatro em 2021 (Luiza de Jesus – A Assassina da Roda, encenada e interpretada por Maria Henrique) poderia achar-se que o documentário realizado por Ricardo Clara Couto teria pouco a acrescentar. Mas acontece exatamente o oposto.

Intercalando testemunhos de mulheres (e, propositadamente, apenas mulheres), especialistas em várias áreas, com animação (narrada por Maria do Céu Guerra), é como se ouvíssemos a voz que Luiza nunca teve.

E não se trata aqui de humanizar a assassina ao ponto de nos esquecermos dos crimes — 34 recém-nascidos mortos por asfixiamento. Trata-se de tentar perceber (sem paninhos quentes) se o que leva uma mulher a cometer esta monstruosidade é apenas o dinheiro, bruxaria, ou um distúrbio.

O documentário está disponível para ver, gratuitamente, na plataforma digital RTP Play.

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Sandra Henriques

Sandra Henriques estreou-se na ficção especulativa em 2021, ano em que ganhou o prémio europeu no concurso de microcontos da EACWP com «A Encarregada». Desde aí, publicou contos em várias antologias de terror nacionais e internacionais e contribuiu com o artigo «Autoras de Terror Português» para a Enciclopédia do Terror Português, editada pela Verbi Gratia. Em 2022, cofundou a Fábrica do Terror, onde desempenha a função de editora-chefe.

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