Crítica a The House, de Rick Ostermann

Filme de ficção científica alemão ganhou o Prémio de Melhor Argumento no Fantasporto 2022

De Patrícia Sá

 

The House, de Rick Ostermann, é um filme surpreendente. Além de lidar com uma das minhas temáticas favoritas (a evolução da inteligência artificial e as suas implicações), também tece um enredo político deveras cativante e convidativo à reflexão. A ação principal ronda a vida refugiada dos dissidentes políticos de um partido que ameaça a democracia e que se encontra à beira de chegar ao poder. Johann Hellstörm e a esposa, Lucia, escondem-se na casa do primeiro, regida por um sistema de inteligência artificial. Este sistema cria uma relação simbiótica com os habitantes registados da casa. Note-se que este sistema funciona off-line, sem qualquer acesso à Internet; as únicas conexões existentes ocorrem entre a casa e os seus residentes.


Uma citação que destaco é a seguinte: «a casa responde aos dados que recebe; parece-nos consciente, mas está apenas a responder a informações».


Os acontecimentos que pautam o filme de Ostermann são arrepiantes e levam o espetador a questionar esta asserção, mas o mais assustador é essa ideia poder não ser tão inverosímil.