O que traz 2024 para o terror português?

Prémios, novos livros e o nascimento de uma revista.

Desde que a Fábrica abriu portas há dois anos que temos vindo a confirmar que o género está vivo, de saúde e se recomenda. Celebremos!

Sandra Henriques

O nosso livro está à venda!

Estes artigos de fim de ano soam sempre a resoluções de Ano Novo ou a uma tentativa vã de adivinhar o futuro. Bem sabemos que apenas algumas previsões vão bater certo.
Mas de algumas coisas já conseguimos ter a certeza, porque se foram revelando e anunciando ao longo de 2023.

A primeira é a de que o atual livro de Nuno Ferreira tem elementos de terror. Este autor venceu o Prémio António de Macedo de 2023 e é com expectativa que aguardamos o lançamento deste livro no Fórum Fantástico de 2024. Contas feitas, é a terceira vez que um romance de terror ganha este prémio (depois de As Sombras de Lázaro, de Pedro Lucas Martins, em 2018, e de O Pacto, de Nuno Gonçalves, em 2022).

E a segunda é a de que a Fábrica do Terror volta a associar-se ao Prémio Ataegina, como membro do júri na categoria de «Conto Original». Em 2024, serei eu a representar a Fábrica e espero ver muitos e bons contos de ficção especulativa (ainda mais de terror, claro), daqueles que tornem a decisão final muito difícil.


Apesar de não termos ainda comunicado isto de forma oficial, é quase certo que publicaremos o segundo volume d’Os Melhores Contos da Fábrica do Terror. Temos tantos bons textos e autores por onde escolher que seria quase criminoso não lhes dar este palco.


Há, também, alguns autores que já publicaram connosco que se preparam para publicar em nome próprio pela primeira vez no próximo ano, mas ainda não posso fazer grandes revelações.

E uma das grandes novidades que me chegou, via Instagram, perto do final do ano foi o nascimento da revista Pacto, cem por cento dedicada à ficção especulativa. Criada por M. L. Vieira e Ana Carolina Gomes, que assumem também o papel de editoras, a revista tem data de lançamento prevista para o final de abril de 2024. Até 10 de fevereiro, as submissões estão abertas para contos, poemas, arte e não-ficção. É muito gratificante ver estes projetos nascerem porque ainda há quem insista que a ficção especulativa portuguesa (e sobretudo o terror português) não passa de uma tendência e de uma moda passageira.


De resto, e isso já não é novidade, a Fábrica do Terror vai continuar por aqui, no seu segundo ano que parece o vigésimo, a dar palco a todos os criadores de terror português.