«Companion» (2025)
Um filme de Drew Hancock
Esta realidade não está tão longe quanto gostava de pensar.
Eu sei que venho atrasada com esta opinião (e não me atrasei só para convosco), mas, como se diz em bom português, mais vale tarde do que nunca. Vi Companion na sua semana de estreia, no grande ecrã, e deixei marinar até agora, aproveitando para partilhar as minhas impressões com aqueles que de vós ainda não tenham visto a longa-metragem de Drew Hancock. Prometo ser curta, até porque já sabemos que os spoilers não são bem-vindos na Sessão da Noite.
Companion conta com a participação daquela que continuo a torcer para que se torne uma das próximas scream queens (Sophie Thatcher) e um dos atores da série The Boys, Jack Quaid, cujo estrelato parece estar em surgimento — continuo sem perceber muito bem porquê, mas não sou eu que manda nestas coisas.
O filme traz-nos um fim de semana entre amigos que corre horrivelmente mal e deixa-nos na dúvida sobre o caráter de Iris (Sophie Thatcher), com a mesma a ser apresentada como a vilã. Uma coisa é certa: Iris não é humana.
Com um discurso feminista sobre o uso e abuso das mulheres — seja em que formato for — por parte dos homens e a vitimização dos agressores, Companion é uma elegante mixórdia de terror, ficção científica, comédia negra e crime, brincando com a temática das relações abusivas, da ganância humana e da inteligência artificial.
Muitas outras temáticas poderiam ser descortinadas numa conversa de cinema sem limites, mas há coisas inegáveis: Companion tem personagens com várias camadas (como as cebolas), uma história bem formada, um humor negro fácil e sangue. Muito sangue.
Dos criadores de The Barbarian, Companion é uma escolha acertada para uma sessão de cinema em casa, assim que o mesmo passar a estar disponível numa plataforma de streaming — ou mediante os recursos de cada espectador. Ideal, também, para um jantar romântico à luz das velas, como mensagem que não precisa de se esconder nas entrelinhas.
GOSTASTE? PARTILHA!

Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.