«Frankenstein»
Um filme de Guillermo Del Toro.
Acho que conseguem adivinhar os primeiros dez motivos para ver este filme.
Vá, adivinhem lá. Eu sei que já leram Sessões da Noite suficientes para saber por que razão o Frankenstein de Guillermo del Toro é um filme que tem de ser visto.
Razões de um a cinco: Jacob Elordi.
Razão 6: os figurinos.
Razão 7 a 10: Jacob Elordi.
Previsível, eu sei.
Adaptado do romance de Mary Shelley, Frankenstein traz-nos não só a versão do cientista doido (interpretado maravilhosa, mas odiavelmente, por Oscar Isaac), mas também a versão da própria criatura, num enredo existencialista que explora a obsessão do homem em vencer Deus.
Confesso-vos que, quando vi o elenco, fiquei desiludida. Não sou propriamente a maior fã de Mia Goth, muito pelo contrário, mas fiquei surpreendida pela positiva ao ver Jacob Elordi subir de filmes para adolescentes para uma ficção especulativa histórica e assumir um papel tão central. As expectativas eram ambivalentes, e as opiniões, após ver o filme, também o são.
O que me convence?
Em primeiro lugar, as interpretações exímias de Oscar Isaac e de Jacob Elordi — um deles nascido para a grandeza e puramente odiável, consumido por uma obsessão doentia em ser melhor do que o seu antecessor e vencer o invencível: a morte; o outro nascido para ser odiável, mas em tudo superior ao seu criador, em particular no que diz respeito à humanidade e compaixão.
Há uma componente existencialista importantíssima na história original, e Del Toro incorporou-a de uma forma muito verosímil nesta longa-metragem que ultrapassa a largo as duas horas de visualização.
Não nos podemos esquecer de coisas básicas: os figurinos, o ambiente gótico-fantástico, o ambiente slow burning, os imensos simbolismos incorporados em cada cena do filme.
O que não me convence?
É um muito bom filme, mas reconheço que, se meter o meu novo fetiche de lado, o filme não é exatamente memorável. É claramente um filme de Del Toro, e isso é sempre de valor, mas, por outro lado, não é inovador. Não consigo identificar exatamente o que me incomoda (ou não me conforta pelo menos), mas talvez um de vós consiga discutir isto comigo noutra altura e dar-me a vossa opinião.
Frankenstein está disponível na Netflix.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.






