Sustinhos — Coleção «Academia de Vilões», de Ryan Hammond

Uma escola onde é bom ser mau!

Bram Moon é um lobijovem que acaba de entrar na mais prestigiada escola de vilões, uma academia que garante preparar os alunos para os caminhos da vilania, mas todos os outros monstros parecem muito mais assustadores e diabólicos do que ele. Estará ele destinado a chumbar e a ser uma desilusão para os pais?

Recomendado para 7+

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Marta Nazaré

Se estão fartos de serem bonzinhos, ainda vão a tempo de se matricularem na Academia de Vilões. Aqui, aspirantes a mauzões recebem um treino especial para alcançarem níveis de maldade nunca vistos. A partir do momento em que sintonizam a sua malvadez interior, estão abertas as portas para um sem-número de aventuras em que terão de pôr à prova a matéria ou repensar tudo o que aprenderam.


No primeiro volume desta coleção vilanesca, acompanhamos o tímido Bram no seu primeiro dia de aulas e empatizamos com a sua dificuldade em fazer amigos. Para começar, percebemos que este lobijovem não sente o «chamamento da maldade» como os outros. Para ele, não há explicação para serem todos sempre tão… desagradáveis.


No fundo, o problema é Bram não se sentir um verdadeiro vilão. Ele debate-se com a dificuldade em adaptar-se, em afirmar-se e encontrar o seu «uivo». O que ele queria realmente era que os pais se orgulhassem dele. Para isso, terá inevitavelmente de ultrapassar os seus medos e de provar o seu valor, num meio onde todos estão à espera que fracasse.

Este panorama, porém, não será negro e sombrio por muito tempo. Tal como tudo na vida, não há mal que sempre dure, e Bram acaba por descobrir que não está sozinho na sua inadaptação. Naquela academia, há mais monstros como ele, com preocupações e medos muito semelhantes.

A bruxa-elfa Mona faz cara de má para esconder a sua insegurança. O esqueleto Leto só quer que o pai Ceifeiro o deixe ficar na academia, pois a escola de vilões é o melhor que lhe aconteceu. A fantasma Sheila, a mais aluada do grupo, tem sempre uma palavra de alento e diz piadas para animar o espírito de todos, mas não consegue movimentar-se sem «trespassar» alguém. É mesmo um grande incómodo. E o leão Bryan… Bem, esse gosta muito de comer o que não deve e, depois, liberta puns malcheirosos. É um desafio estar com ele na mesma divisão.

Com este grupo de desajustados que se apelidam de Cereal Killers, Bram começa pouco a pouco a adaptar-se à sua nova realidade e a ganhar coragem para disputar o tão cobiçado troféu de Vilão da Semana.

No segundo volume, Como Roubar um Dragão, os caminhos da maleficência levam o nosso grupo a lidar com um novo professor, Felix Frieira, um grande conhecedor de criaturas mágicas, mas com intenções um pouco duvidosas.

Enquanto a escola se prepara para o Baile Invernal, os Cereal Killers tentam esconder de todos os ovos de dragão que encontraram na Floresta Maléfica. Foram avisados nas aulas de que os dragões eram animais perigosos, com os quais não se deviam meter, mas não podiam abandonar aqueles ovos à sua sorte, pois não?

A coleção «Academia de Vilões», escrita e ilustrada por Ryan Hammond, explora o valor da amizade, a importância da família e o poder do trabalho em equipa. As personagens excêntricas e engraçadas envolvem-se sempre em situações caricatas para as quais têm uma tirada hilariante na manga.

Publicada em Portugal pela Gailivro, do grupo Leya, a coleção «Academia de Vilões» fará as delícias maléficas dos fãs de A Escola do Bem e do Mal, de Soman Chainani, ou de Os Mauzões, de Aaron Blabey.


É uma espécie de Escola de Monstros, de Sally Rippin, para os mais crescidos, em que não é preciso sermos verdadeiros génios do mal para triunfarmos. Basta termos bons amigos com os quais possamos contar. Com eles, enfrentamos facilmente os vários perigos e desafios à espreita em qualquer escola do mal.


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Marta Nazaré

Marta Nazaré, nascida em Lisboa, a 5 de março de 1981, é formada em Letras e Tradução de Inglês. Dedica-se a tempo inteiro à tradução de livros infantojuvenis e à legendagem de filmes e séries.
Descobriu o terror em tenra idade na papelaria do bairro que vendia a coleção «Arrepios», de R. L. Stine. Ainda hoje, o terror infantojuvenil é o seu género preferido.

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