«Vikingulven» («Viking Wolf», 2022)
Disponível na plataforma de streaming Netflix
Há todo um mundo a descobrir no terror quando se abandona a crença popular de que todos os bons filmes são americanos ou falados em inglês. A minha aventura para fora dessa caixa pequenina e estúpida começou há alguns anos e não tenciono voltar atrás. Se me pedirem para nomear os filmes de que mais gostei dos últimos tempos, poucos serão falados em inglês.
Se a minha exploração pelo terror estrangeiro (entenda-se, fora do norte-americano) começou com os filmes de terror asiáticos, hoje posso dizer com certeza que os filmes que mais me têm surpreendido vêm dos países nórdicos. E o de hoje não é exceção.
Vikingulven é um filme norueguês de 2022 que, entre o seu elenco, encontra um rosto familiar (Liv Mjönes) de um outro filme de que ainda não falámos, mas que dispensa apresentações (sim, Midsommar é um filme norte-americano e é talvez dos poucos dessa nacionalidade que não abandona o topo da minha lista de fascínios).
Traduzido para Lobo Viking, trata-se de um filme que mistura o policial com o terror na medida do ideal — crimes macabros com uma origem sobrenatural: mais ou menos a mesma equação que o Lobo de Snow Hollow, mas sem a comédia negra e com uma reviravolta completamente oposta.
Na sua duração de 1 h 38 min, conhecemos Thale, uma adolescente que se vê testemunha de um crime horrendo, e a sua mãe Liv, agente da força policial da cidade de Nybo, que direciona esforços para descobrir o culpado destes crimes, sendo que todas as evidências apontam para um lobo.
Não descurando o facto de o filme, claro, ter os seus pontos menos positivos, a história e o modo como se aborda um tema/mito tão gasto não deixa de ser original. Vikingulven é um filme que tem um bocadinho de tudo: crime, drama, sangue, entranhas, sobrenatural e até o amor incondicional de uma mãe. O final deixa a história em aberto, o que não vai agradar a todos.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.