Crítica a «INSIGHT», de Bruno Martins Soares (2022)
Livro selecionado para uma das sessões do Clube de Leitura da Fábrica do Terror.
«A forma como o livro está escrito permite-nos visualizar a história com muita facilidade, como num filme.»
Tenho mais livros para ler do que anos de vida. Empoleirados na estante, reclamam atenção, discutem sobre quem chegou primeiro e aparecem, em tom de ameaça, na minha mesa de cabeceira…
Tinha comprado o INSIGHT e tinha muita vontade de o ler, mas estava a tentar respeitar a ordem de compra (tinha medo do que me poderia acontecer se entrasse em incumprimento no que se refere à data de aquisição), mas acabei por arriscar. Até ver, não ocorreu nenhuma rebelião.
Não foi preciso prometer que ia ler o livro de uma assentada porque, assim que o comecei, percebi que assim seria. O INSIGHT é um livro de fácil leitura e com ação permanente. Como não sabemos ao certo o que se passa, começamos a imaginar vários cenários e queremos continuar a ler para confirmar se estamos a acompanhar a história.
Acertei algumas vezes. Falhei outras. Mas essa foi a melhor parte, por estarmos a conhecer a história pelos olhos do autor, conseguindo, em simultâneo, imaginar várias possibilidades sobre o rumo da mesma. Não vos vou contar nada, claro, têm de comprar e ler, porque vale a pena (e vir falar dele na sessão de 29 de fevereiro do Clube de Leitura). Resumidamente, no entanto, posso revelar-vos que a história se desenrola numa pequena cidade americana. As personagens principais são o viúvo Matt e o seu filho de nove anos, Sam. Ao mesmo tempo que tentam enfrentar o processo de luto, começam a ocorrer situações estranhas que culminam no rapto de Sam. Seguem-se vários momentos de grande tensão que impelem Matt na busca pela verdade.
A forma como o livro está escrito permite-nos visualizar a história com muita facilidade, como num filme (e, para descobrirem porquê, têm de ler a nossa entrevista ao autor).
A personagem que mais me intrigou foi Paulie, e fiquei com ela na cabeça durante todo o livro. Obrigada, Bruno Martins Soares, por esta viagem.
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Liliana Duarte Pereira
Liliana Duarte Pereira, nascida a 30 de junho de 1986, é licenciada em Política Social através do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Sempre quis preparar os mortos para os seus funerais, mas não vingou. Tem fobia a pessoas falecidas e a portas entreabertas. Gosta de animais, de fazer doces, de rir de coisas mórbidas e de escrever.
Integrou as antologias «Sangue Novo» (2021), «Rua Bruxedo» (2022) e «Sangue» (2022). Venceu o Prémio Adamastor de Ficção Fantástica em Conto (2022) com «O Manicómio das Mães», da antologia «Sangue Novo».