Crítica a «Night At The Eagle Inn», de Erik Bloomquist

Filme de terror do realizador norte-americano que regressa ao Fantasporto 2022

De Maria Varanda

 

Erik Bloomquist traz-nos a história de dois gémeos que regressam ao motel onde nasceram, durante uma tempestade que deixou os pais isolados. A mãe acaba por falecer após o parto e o pai, simplesmente, desaparece. Irmão e irmã, procurando desvendar o mistério que envolve o seu nascimento, rapidamente descobrem que o Eagle Inn não é um motel qualquer e que algo muito estranho acontece dentro das suas paredes.

Night at the Eagle Inn é um filme de terror com um ritmo acelerado, claramente marcado pela comédia negra e por um ambiente algo alucinatório. Tudo acontece sem tempo a perder, exceto, talvez, os primeiros minutinhos de conversa de irmãos antes de chegarem ao motel. As personagens, por sua vez, são extravagantes, muito devido à loucura que se instala quando se assina o livro de visitas do Eagle Inn, cedendo algo mais do que o nome em tinta preta.

Falha em causar medo constante, mas consegue, sem sombra de dúvida, deixar-nos desconfortáveis, nem que seja pelo modo como as personagens se apresentam, ao mesmo tempo que não permite evitar um ou outro riso abafado. A reviravolta é louvável, apesar de, para os mais experientes e atentos, possa não atingir o máximo de surpresa, dado que ao longo do filme são deixadas algumas pistas pelas personagens. O final não é justo nem é «feliz», mas é exatamente aquilo que se esperaria ao entrar no Eagle Inn.

Compreendendo que, como tudo no cinema, não agradará a todos, os parabéns a Erik Bloomquist por um trabalho bem conseguido. E o espetador não se esqueça de ficar sentado para lá dos créditos.