Crítica a «Superposition» (Vencedor do MOTELX)

Um casal de criativos que deseja reconectar-se muda-se para uma cabana numa floresta remota para perceberem que afinal não estão tão sós quanto lhes foi prometido

A Física Quântica e o terror encontram-se nesta longa-metragem de Karoline Lynbye, que passou pelo MOTELX no passado sábado.

Maria Varanda

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Superposition levou ao grande ecrã da sala Manoel de Oliveira a história de um casal de jovens criativos que se muda com o seu filho pequeno para uma cabana remota, em busca de fugir à vida agitada de Copenhaga. Tendo-lhes sido prometido completo isolamento da humanidade, para se reconectarem com a natureza, com os próprios e com o outro como casal, Stine e Teit rapidamente descobrem que não estão assim tão sós.

É mais um filme que passa nesta 17.ª edição do MOTELX e que não está classificado como terror, mas sim drama e thriller (esperemos que esta premissa não se mantenha na 18.ª edição). A longa-metragem é pontuada de um ambiente enervante e de uma atmosfera estranha que cresce com o desenrolar do enredo. Pode parecer inovador, mas Superposition acaba por não trazer muito mais ao mundo do cinema da ficção científica e do fantástico senão a mistura de diversos elementos já presentes noutros filmes — não faremos aqui spoilers, como nunca o fazemos: fica para o leitor descobrir por si.

A reviravolta apimenta um pouco a história através da forma como as personagens se veem livres do pesadelo em que encontram, mas não chega a ser memorável. Superposition acaba também por entrar no que parece ser uma das temáticas do MOTELX este ano, com o amor de uma mãe a pontuar as decisões feitas pelas personagens.


Depois de ter passado em 2021 pelo Cannes Frontières Plataform, e ser parte da seleção de 2023 do Festival Internacional de Cinema de Roterdão, Superposition ganhou o Prémio Méliès d’argent – Melhor Longa Europeia.