«MEN», de Alex Garland (2022)
Estreia a 4 de agosto nos cinemas portugueses
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16.50 € (com IVA)Escrito e dirigido por Alex Garland. Figurando Jessie Buckley, Rory Kinnear e Paapa Essiedu. Em breve na sala de cinema mais próxima de si… MEN. Ou, como gostei de o chamar ao sair da sala de cinema no evento de apresentação do MOTELX no dia 19 de julho: um filme sobre homens chanfrados.
Digo isto no bom sentido, claro, se não escusávamos de falar sobre o filme, não era?
MEN é um filme de terror com muito folclore à mistura e, quanto mais se avança nos minutos da longa-metragem, mais a história assume contornos abstratos, simbolismos e significados ocultos. Terá sido essa vertente mais «intelectual» que conduziu a elevadas avaliações dos críticos? Talvez, mas é provável que as mesmas características que agradam a uns deixem muitos da audiência confusos e desagradados. Sair da sessão de antestreia exclusiva e ouvir as longas discussões que se começavam a acender sobre o significado do filme fez-me lembrar a seguinte questão: mas quando é que uma história deixou de ser só uma história?
É claro que o criador não queria que fosse só uma história. Todos os elementos parecem ter sido colocados no enredo com igual cuidado e mestria: a alusão ao pecado original; o medo, que parece primordial, perante uma relação abusiva; a mulher como culpada das ações dos homens e estes, bebés eternos, livres dessa mesma culpa.
Pondo de parte toda a simbologia e discussões mais filosóficas, MEN é um bom filme para todos. O uso de cores vivas e cenários verdejantes segue numa nova geração de filmes cuja vivacidade da imagem choca com a escuridão das suas histórias. O elenco convence e o medo e a estranheza são transmitidos com muita facilidade. No início, somos chamados para um terror mais psicológico, mais interno, profundo, mas o final do filme funciona como contraste, banhando o espectador em sangue e terror mais visceral. Gostava de me pôr à saída de uma sala de cinema e ver quantas pessoas saem, esbugalhadas, sussurrando «o que é que eu acabei de ver?». Eu sei que saí.
Se gostar de discutir o significado dos filmes, deleite-se com MEN. Se não gostar, desfrute na mesma, esquecendo todos os porquês. MEN estreia a 4 de agosto nos cinemas portugueses.
Bons filmes e bons sonhos.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.