«The Black Phone» (2022)
The Black Phone é baseado num conto de Joe Hill. Se esse facto não chega para convencer os amantes de cinema de terror, então e se vos disser que o Ethan Hawke faz um papelão? Ainda não?
O Telefone Negro, tradução oficial (e, felizmente, literal) do título original, estreou no mês de junho nos cinemas e conta-nos a história do desaparecimento de diversas crianças nos subúrbios americanos de 1978, focando-se na família Blake, em particular nos irmãos Finn e Gwen Blake.
Quem vos disser que existem personagens secundárias está a mentir. O filme não pode acontecer sem nenhuma delas; todas representam um papel importantíssimo no desenvolvimento e desfecho da história, e nada do que é retratado serve apenas para ocupar tempo. Todos os 103 minutos são valiosos.
Dirigido por Scott Derrickson (Exorcismo de Emily Rose, Dr. Strange e Sinister), O Telefone Negro faz-nos lembrar IT pela naturalidade com que explora tanto o sofrimento infantil como as suas conquistas, deixando o espetador a torcer de imediato pelas personagens que acabou de conhecer.
Costumava achar que era difícil encontrar um bom filme com um bom desempenho por parte de crianças-atores, mas várias longas-metragens dos últimos anos têm colmatado essa lacuna. Esta é uma delas. Os meus parabéns e uma ovação até me doer os braços a Mason Thames e Madeleine McGraw, que personificam as crianças Blake em todo o seu esplendor artístico. E ao grupo de cinco adolescentes que ficou na fila atrás de mim no cinema, e que se riu perante o sofrimento de Gwen Blake ao ser espancada pelo pai devido aos seus sonhos psíquicos: vocês são o que estão de errado com a sociedade.
Não me vou alongar sobre o desempenho de Ethan Hawke, mas vou deixar a minha opinião talvez um pouco controversa, que será temática de discussão para outra altura (OU NUNCA): Ethan Hawke nasceu para ser o vilão. Tenho dito.
A opinião geral que se encontra na maioria de páginas de classificação de filmes é que O Telefone Negro podia ser mais assustador. Ora, caríssimos críticos, se fossem vocês uma das crianças levadas por um lunático com máscara de diabo, não teriam medo?
Bons filmes e bons sonhos.

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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.