Pais e filhos e cinema português
A noite de cinema fantástico encerrou na sala 1 com um filme ucraniano
Muito por onde escolher e difícil de decidir o que fica por ver.
A programação de terça-feira, dia 28 de fevereiro, equilibrou-se com retrospectivas, filmes de várias secções competitivas, as curtas-metragens das escolas de cinema portuguesas e uma MOVIE TALK de duas horas, com a oficina Movie Potential and Writing a Movie, conduzida pelo realizador e escritor britânico (e meu colega de júri), Lawrence Trott.
Se ao fim de semana é comum verem-se espectadores em autênticas maratonas de filmes, durante a semana já se nota menos pessoas nas salas. O que é normal, tendo em conta os horários. Mesmo assim, a sala 1 estava composta e recebeu bem o filme ucraniano Sashenka, uma experiência imersiva de um drama familiar com contornos de violência física, emocional e psicológica, que nunca nos deixa desviar os olhos do ecrã.
Antes disso, à tarde, o filme de terror de Patrick Rea, They Wait in the Dark, também abordava o tema de pais violentos — e filhos apanhados nessa rede.
Relações familiares complicadas, culpa e o peso desse «fantasma» têm sido comuns a quase todos os filmes de cinema fantástico, até agora. E, de entre algumas representações mornas (e clichês) desses dramas, há uns poucos que se destacam e têm marcado o público.
Falta pouco tempo para sabermos quem serão os vencedores desta edição.
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Sandra Henriques
Autora de guias de viagens da Lonely Planet, estreou-se na ficção em 2021, ano em que ganhou o prémio europeu no concurso de microcontos da EACWP com «A Encarregada», uma história de terror contada em 100 palavras. Integrou as antologias Sangue Novo (2021), Sangue (2022) e Dead Letters: Episodes of Epistolary Horror (2023). Em setembro de 2023, contribuiu com o artigo «Autoras de Terror Português» para a Enciclopédia do Terror Português, editada pela Verbi Gratia. Em março de 2022, cofundou a Fábrica do Terror, onde desempenha a função de editora-chefe.