Fantasporto 2023: «Immersion», de Takashi Shimizu
Secções Cinema Fantástico e Orient Express
«Numa ilha do Sul, Tomohiko Kataoka, um programador, trabalha no desenvolvimento da tecnologia da realidade virtual e da neurociência. Num portal vermelho, descobre barulhos que tomam a forma de uma pessoa no mundo virtual. Esta forma fica, assim, ligada àquela realidade e também a um espírito vingativo, Imajo, que amaldiçoa a ilha e mata as pessoas numa série de mortes violentas por afogamento. Mais uma ideia original do mestre do horror japonês, realizador de “The Grudge e “Suicide Forest Village”, vencedor do Fantasporto em 2021.»
Immersion traz-nos a história do programador Tomohiko Kataoka, especialista no desenvolvimento da neurociência e da realidade virtual, convidado a juntar-se a uma equipa, numa ilha, para desenvolver um projeto virtual chamado Novo Mundo. Quando lá chega, conta ser recebido por Ide, a chefe da empresa Denagate Inc., mas é informado pelos colegas de que ela e outro habitante da ilha faleceram há pouco tempo, em circunstâncias misteriosas. Numa tentativa de descobrir o que se passou, Tomohiko Kataoka liberta acidentalmente o espírito vingativo de uma mulher de vermelho, que amaldiçoara os habitantes da ilha, arrastando-os para mortes violentas.
O realizador conseguiu juntar o medo do sobrenatural aos perigos do progresso tecnológico e científico, servindo-se sempre de uma atmosfera inquietante e melancólica, na qual a banda sonora teve um desempenho fundamental.
Sendo Takashi Shimizu considerado um dos melhores dentro do género do terror japonês (com Ju-on: The Grudge e Suicide Forest Village na sua carteira de êxitos), as expectativas eram altas. Apesar do desempenho notável dos atores e de um argumento bem estruturado, aquele medo paralisante a que as suas longas-metragens nos habituaram parece-nos ter ficado, desta vez, muito aquém.