OS PREMIADOS DO FANTASPORTO 2023

MEGALOMANIAC E O PORTUGUÊS INCUBUS VENCEM NO FANTÁSTICO. O CINEMA EUROPEU VENCE EM TODA A LINHA.

NA SEMANA DOS REALIZADORES, O HOLANDÊS NARCOSIS É O GRANDE PRÉMIO.

FILIPINAS, COM KARGO, VOLTAM A VENCER NO ORIENT EXPRESS.

Foto©: José Rocha

O renovado Batalha CC foi o centro nevrálgico da 43.ª edição do Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto, que termina amanhã com a exibição de grande parte dos filmes premiados.

O júri da secção de cinema fantástico — constituído por LAWRENCE TROTT, escritor e realizador, MÁRTA BÉNYEI, do National Film Institute da Hungria, SANDRA HENRIQUES, escritora e critica de cinema, e LUÍS ROSALES, director do mais antigo festival de cinema da Galiza — decidiu atribuir os seus prémios, dividindo-os entre o cinema europeu e asiático.

CINEMA PORTUGUÊS SURPREENDE

Grande Prémio (curtas-metragens)

O filme português, coproduzido com o Reino Unido, INCUBUS, de TITO FERNANDES, presente no Porto, foi o vencedor do Grande Prémio da vertente dedicada às curtas-metragens no Fantasporto deste ano, tendo sido igualmente escolhido pelo júri do Prémio de Cinema Português como o Melhor Filme a concurso.

Neste filme, uma mulher, na barcaça onde vive, é atormentada pelo medo em pessoa. O realizador trabalha em Hollywood e em Inglaterra e participou nos efeitos especiais de Star Wars – The Force Awakens, Interstellar e The Dark Knight.

BELGAS E BRITÂNICOS VENCEM FANTASPORTO

O Grande Prémio, Melhor Realização e Melhor Atriz (Eline Shumacher)

MEGALOMANIAC, um filme belga de Karim Ouelhaj, realizador presente no festival com a produtora do filme, Florence Sâdi, foi o grande vencedor do festival, arrecadando três prémios. O Grande Prémio, a Melhor Realização e ainda o Prémio para a Melhor Atriz (Eline Shumacher).

Aqui, os irmãos Martha e Felix vivem numa casa grande e velha que lhes foi deixada pelo pai, o notório Carniceiro de Mons. Além desta herança, Martha tenta proteger o irmão que é, como o pai, um serial killer. Abusada no trabalho, Martha tem de encontrar o equilíbrio entre a violência de Felix e os traumas na sua própria vida.

KARIM OUELHAJ é um realizador belga conhecido sobretudo por L’ Oeil Silencieux (2016). Realizou ainda entre outras, as longas-metragens Parabola (2005) e Le Repas du Singe (2013) .

Melhor Ator e Melhor Fotografia

SHEPHERD, filme de Russell Owen, também ele presente no festival com o seu produtor, arrecadou os prémios de Melhor Ator (Tom Hugues) e ainda o de Melhor Fotografia.

Shepherd é um dos melhores exemplos recentes do horror britânico. Perdido de dor pela morte da mulher grávida, Eric Black volta à remota terra natal, aceitando um trabalho como pastor. A paisagem agreste irá curá-lo. O seu esconderijo perfeito, no entanto, cedo se torna um pesadelo a que não pode fugir, quando um espírito vingativo o segue e o confrontaa com a própria sanidade. Com Tom Hughes, ator da série de televisão Victoria (Prince Albert) e Greta Scacchi de Brideshead Revisited, atriz em cerca de 100 filmes. Shepherd estreou no BFI London Film festival.

RUSSELL OWEN nasceu no norte do País de Gales (Reino Unido). Estudou ilustração e argumento na Universidade da Califórnia. Iniciou-se como artista de storyboards e trabalhou na série Doctor Who e nos jogos Tomb Raider antes de ser diretor artístico para populares séries de TV. A sua primeira curta-metragem, muito premiada, foi Anglesey Road (2009). Seguiu-se a longa-metragem Welcome to the Majority (2013). Fez filmes publicitários para marcas como American Express, Armani ou L’Oreal. Realizou ainda a curta Love In The Asylum (2018), baseada num poema de Dylan Thomas e Patients of a Saint (2020).

O CINEMA ASIÁTICO – TAIWAN, MALÁSIA E JAPÃO TAMBÉM LEVAM PRÉMIOS

O Prémio Especial do Júri

foi para a inédta presença no Fantasporto de um filme de Taiwan. Foi ele DEMIGOD: THE LEGEND BEGINS de CHRIS HUANG WEN-CHANG. Quando ignora o conselho do seu mestre Eight-Toed Qilin, o novato das artes marciais Su Huan-Jen é apanhado no meio de uma perigosa luta pelo poder. Metido numa conspiração que mesmo o seu mestre não consegue resolver, Su Huan-Jen tem de reverter a maré e fazer parar um maléfico vilão de uma vez por todas. A excelência da animação num filme feito de beleza e artes marciais.

O Prémio para Melhor argumento

vai para o japonês CONVENIENCE STORY de SATOSHI MIKI, no qual um argumentista em crise abandona o cão da namorada num campo para não ter de tratar dele. Arrependido, volta ao sítio onde o deixou, mas o cão desapareceu. Entra então numa loja de conveniência de uma estação de serviço que fica perto. Uma realidade paralela espera-o, assim como uma mulher casada que irá desbloquear a sua criatividade. Uma história imaginativa muito original e inesperada.

O Júri atribuiu ainda a sua Menção Honrosa

a STONE TURTLE de WOO MING JIN, filme vindo da Malásia, onde Zahara, uma refugiada sem nacionalidade, vive numa ilha remota com a sobrinha, subsistindo da venda de ovos de tartaruga no mercado negro. Um dia, chega um homem, Samad, que diz andar a estudar as tartarugas e lhe pede ajuda. Zahara e Samad vivem então uma história cheia de duplicidade e engano. O passado, o presente e os fantasmas que trazem.

CINEMA EUROPEU VENCE TODOS OS PRÉMIOS NA SEMANA DOS REALIZADORES

O júri internacional da Semana dos Realizadores — composto por ANTHONY WALLER (UK), realizador de An American Werewolf in Paris e Mute Witness, PEDRO FARATE (Portugal), director de fotografia, MARINA ANNA EICH (Alemanha), atriz e produtora e ISABEL PINA (Portugal), realizadora — decidiram atribuir os seguintes prémios.

DIRECTORS WEEK/SEMANA DOS REALIZADORES

MELHOR FILME

NARCOSIS, de Martijn de Jong, dos Países Baixos
Filme candidato a nomeação aos Óscares pela Holanda, vencedor do International Panorama no Festival de Cairo, Melhor Filme no Netherlands Film Festival e Prémio do Público no festival de Thessaloniki. Uma mulher perde o marido e tem de lidar com o facto de o corpo nunca ter sido encontrado. Lidar com os dois filhos e as dificuldades económicas levam-na a voltar à sua atividade como vidente, mas as escolhas não são fáceis. Com um olhar seguro sobre a perda e uma excelente interpretação de Thekla Reuten, atriz de Marionette, apresentado no Fantasporto de 2021, onde venceu o Prémio de Melhor Atriz, Narcosis é a primeira longa-metragem do realizador.

PRÉMIO ESPECIAL DO JÚRI

KAYMAK, de Milcho Manchevski, uma coprodução da Dinamarca, dos Países Baixos, Croácia e Macedónia do Norte
Retratos da vida quotidiana e dos extremos a que pode chegar e uma história de amor irreverente e comovedora que esconde problemas mais profundos. A mulher rica que quer um filho, a amante que deseja mais, o guarda que encontra a felicidade, a deficiente que vai para a cidade e conhece outros modos de vida. Ou, como diz o realizador, dois casais são decentes no início e felizes no fim. Mais um exemplo do grande cinema de Milcho Manchevski, vencedor do Festival de Veneza e já homenageado no Fantasporto.

MELHOR REALIZADOR

HANS HERBOTS, por RITUAL, uma coprodução da Bélgica, dos Países Baixos e Alemanha
Kiki, uma mergulhadora que trabalha para a polícia, descobre uma mão num rio. Conhecedora da importância do seu país no genocídio no Congo, relaciona a mão com os sacrifícios que os belgas exigiam na exploração de borracha e cobalto em África, onde se fizeram muitas fortunas. Entretanto, há que saber como morreram os pais dela. Estará tudo relacionado? Um emocionante relato sobre as consequências do colonialismo.

MELHOR ARGUMENTO

THE GAME, de Péter Fazakas, da Hungria
1963. Budapeste. O agente de contraespionagem András vive a vida perfeita. Está casado e feliz com Eva e o único obstáculo entre ele e a promoção desejada é um colega, Kulcár. Quando o renomado espião Pál Markó volta para tratar de um caso mal resolvido, András vai compreender que até um simples gesto humano lhe pode custar a vida. O filme recebeu os prémios de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Argumento no Festival do Filme Húngaro em Los Angeles.

MELHOR ATOR

ZSOLT NAGY, em THE GAME, de Péter Fazakas, da Hungria
1963. Budapeste. O agente de contraespionagem András vive a vida perfeita. Está casado e feliz com Eva e o único obstáculo entre ele e a promoção desejada é um colega, Kulcár. Quando o renomado espião Pál Markó volta para tratar de um caso mal resolvido, András vai compreender que até um simples gesto humano lhe pode custar a vida. O filme recebeu os prémios de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Argumento no Festival do Filme Húngaro em Los Angeles.

MELHOR ATRIZ

THEKLA REUTEN, em NARCOSIS, de Martijn de Jong, dos Países Baixos
Filme candidato a nomeação aos Óscares pela Holanda, vencedor do International Panorama no Festival de Cairo, Melhor Filme no Netherlands Film Festival e Prémio do Público no festival de Thessaloniki. Uma mulher perde o marido e tem de lidar com o facto de o corpo nunca ter sido encontrado. Lidar com os dois filhos e as dificuldades económicas levam-na a voltar à sua atividade como vidente, mas as escolhas não são fáceis. Com um olhar seguro sobre a perda e uma excelente interpretação de Thekla Reuten, atriz de Marionette, apresentado no Fantasporto de 2021, onde venceu o Prémio de Melhor Atriz, Narcosis é a primeira longa-metragem do realizador.

MENÇÃO ESPECIAL DO JÚRI

THE GRANDSON, de Kristóf Deák, da Hungria
A primeira longa-metragem vinda de um vencedor de um Óscar pela melhor curta documental em 2017 com Sing. O que começa como uma história sobre a exploração de velhos e esquemas por telefone para lhes roubar dinheiro leva a outras histórias do passado. Rudi e o avô têm uma ligação muito profunda. Quando o avô é vítima de um esquema cruel, Rudi decide que não vai deixar os criminosos escapar. Um grito contra o abandono dos mais velhos.

FILIPINAS E MALÁSIA VENCEM A SECÇÃO OFICIAL ORIENT EXPRESS

O júri internacional — composto por ANTHONY WALLER (UK), realizador de An American Werewolf in Paris e Mute Witness, PEDRO FARATE (Portugal), fotógrafo de cinema, MARINA ANNA EICH (Alemanha), atriz e produtora, e ISABEL PINA (Portugal), realizadora — decidiram atribuir os seguintes prémios:

GRANDE PRÉMIO ORIENT EXPRESS

KARGO, realizado por T.M. Malones, das Filipinas
Um acidente. A filha e o marido morrem. Para vingar a família que perdeu, Sara decide tomar o lugar do marido no trabalho, conduzindo um camião de carga, e procurar o homem responsável pelo acidente. Um dia, transportando bambu para a ajuda às vítimas de um tornado, e constantemente assediada pelos homens que encontra pelo caminho, ajuda uma menina muda que parece perdida. Juntas, vão enfrentar os perigos da estrada e os traficantes de crianças. Suspense e muita ternura neste filme vencedor do Prémio do Público no Cinemalayan Film Festival.

PRÉMIO ESPECIAL DO JÚRI

STONE TURTLE, de Woo Ming Jin, da Malásia
Zahara, uma refugiada sem nacionalidade, vive numa ilha remota na Malásia com a sobrinha, subsistindo da venda de ovos de tartaruga no mercado negro. Um dia, chega um homem, Samad, que diz andar a estudar as tartarugas e lhe pede ajuda. Zahara e Samad vivem então uma história cheia de duplicidade e engano. O passado, o presente e os fantasmas que trazem. Prémio FIPRESCI no Festival de Locarno.

PRÉMIOS NÃO OFICIAIS

PRÉMIO DA CRÍTICA

IMMERSION, de Takashi Shimizu, do Japão
Numa ilha do sul, Tomohiko Kataoka, um programador, trabalha no desenvolvimento da tecnologia da realidade virtual e da neurociência. Num portal vermelho, descobre barulhos que tomam a forma de uma pessoa no mundo virtual. Assim, liga-se a esta realidade e também a um espírito vingativo, Imajo, que amaldiçoa a ilha e mata as pessoas numa série de mortes violentas por afogamento. Mais uma ideia original do mestre do horror japonês, realizador de The Grudge e Suicide Forest Village, vencedor do Fantasporto em 2021.

PRÉMIO DO PÚBLICO

LIFE OF MARIKO IN KABUKICHO, de Eiji Uchida e Shinzô Katayama. do Japão
Filme vencedor do Prémio White Raven do Festival de Cinema Fantástico de Bruxelas, é também uma deliciosa rede de histórias que fazem lembrar clássicos do cinema como ET ou Basket Case. Em tom de comédia, seguimos as vidas dos clientes de um café em Kabuchiko. Extraterrestres, uma investigação do FBI, amores estranhos e alguns assassinatos são os temas. O elo de todas estas histórias é Mariko, a dona do café que também é detective.

 

PRÉMIOS DE CARREIRA FANTASPORTO 2023

FERDINAND LAPUZ

Trabalha exclusivamente como produtor de cinema, com mais de 90 produções até hoje. A sua filmografia incluiu as 10 longas-metragens integradas na retrospetiva que o Fantasporto inclui, mais duas outras que passam em competição na Semana dos Realizadores, KARGO E ABOUT US BUT NOT ABOUT US. Trabalhando com os maiores festivais do mundo, as suas produções passaram já em festivais como Cannes, Berlin, Veneza, Locarno, Cairo, Toronto, Tóquio, Karlovy Vary, Tallinn, Shanghai e Nova Iorque. É membro do Asian Film Awards e do Asia Pacific Film Festival.

KRZYSZTOF ZANUSSI

Nascido em 1939 em Varsóvia, na Polónia. Realizador de documentários, filmes de ficção e argumentista. Fez estudos na Lodz Film Academy em 1966. O seu filme de fim de curso, Death of a Provincial (1968) ganhou prémios em Veneza, Mannheim, Valladolid e Moscovo em 1967. Outros filmes iniciais incluem Structure of a Crystal (1969), que venceu em Mar del Plata, em 1970; Family Life (1971), que venceu em Chicago, Valladolid e Colombo e Illumination (1973), que foi Grand Prix de Locarno em 1973 e premiado em Gdansk. Seguiram-se Quarterly Balance (1975), Camouflage (1977) e Spiral (1978). Foi vencedor do Prémio do Júri do Festival de Cannes com Constans (1980). A longa-metragem Eter (2018) antecedeu PERFECT NUMBER (2022), que é apresentado no Fantasporto 2023, em competição na Semana dos Realizadores.

ELMO NUGANEN

A trilogia MELCHIOR (2022), apresentada no Fantasporto 2023 fora de competição, é constituída por três longas-metragens independentes deste realizador, ator e encenador nascido em 1962, sendo também diretor artístico do Teatro Municipal de Tallinn e um dos mais prestigiados da Estónia, conhecido pelo seu trabalho a dirigir os grandes clássicos. Como realizador de cinema, foi já responsável, entre outras, pelas longas-metragens Names Engraved in Marble (2013), Mushrooming (2012), Purge (2012) e 1944 (2015). Participou ainda como ator em Tangerines (2013), filme nomeado para o Óscar de Melhor filme Estrangeiro e para um Globo de Ouro.

ANTHONY WALLER

Realizador, argumentista, produtor, compositor e ator nascido de pais ingleses, em Beirute. Recebeu a bolsa Shakespeare da parte do realizador John Schlesinger. A sua primeira longa-metragem foi Mute Witness (1995), rodada na Rússia, e que o Fantasporto homenageia, numa cópia nova na secção Fantasclassics. Realizou depois An American Werewolf in Paris (1998), filme vencedor do Grande Prémio e Prémio do Público do Festival de Gérardmer e distribuído pela Buena Vista. Fez ainda The Guilty (2000), com Bill Pullman, The Little Vampire (2000), considerado o melhor filme alemão para crianças, e ainda Nine Miles Down (2009). Entre 2017 e 2019, foi realizador da série de TV Trader, sobre o Iraque. Em 2022, realizou The Piper, com Elizabeth Hurley.

Programação dos filmes premiados

Domingo, 5 de março

SALA 1

15 h 15 – Narcosis, de Martijn de Jong
GRANDE PRÉMIO DA SECÇÃO SEMANA DOS REALIZADORES

17 h 30 – Stone Turtle, de Woo Ming Jin
PRÉMIO ESPECIAL DO JÚRI DA SECÇÃO ORIENT EXPRESS
MENÇÃO ESPECIAL DO JÚRI DA SECÇÃO CINEMA FANTÁSTICO

19 h 15 – Shepherd, de Russell Owen
MELHOR ATOR SECÇÃO CINEMA FANTÁSTICO
MELHOR FOTOGRAFIA SECÇÃO CINEMA FANTÁSTICO

21 h 15 – Incubus, de Tito Fernandes
MELHOR CURTA METRAGEM SECÇÃO CINEMA FANTÁSTICO
GRANDE PRÉMIO DE CINEMA PORTUGUÊS

a seguir:

Megalomaniac, de Karim Ouelhaj
GRANDE PRÉMIO SECÇÃO CINEMA FANTÁSTICO
MELHOR REALIZADOR SECÇÃO CINEMA FANTÁSTICO
MELHOR ATRIZ SECÇÃO CINEMA FANTÁSTICO

 

SALA 2

15 h 00 – Life of Mariko in Kabukicho, de Eiji Uchida, Shinzô Katayama
PRÉMIO DO PÚBLICO

17 h 15 – Kargo, de T. M. Malones
GRANDE PRÉMIO SECÇÃO ORIENT EXPRESS

19 h 00 – Kaymak, de Milcho Manchevski
PRÉMIO ESPECIAL DO JÚRI SECÇÃO SEMANA DOS REALIZADORES

21 h 00 – Convenience Story, de Satoshi Miki
MELHOR ARGUMENTO SECÇÃO CINEMA FANTÁSTICO