Programação completa do MOTELX 2023

Arranca hoje a 17.ª edição do MOTELX e o primeiro de sete dias com o melhor do cinema de terror de todo o mundo.

O terrível vírus animalesco do francês The Animal Kingdom vai invadir a tela da Sala Manoel de Oliveira, esta noite, na muito aguardada sessão de abertura.

É a partir de hoje, dia 12, que o terror entra pelo Cinema São Jorge adentro. Até 18 de setembro, no 17.º MOTELX, a ementa recheada de especialidades é finalmente partilhada. Além dos muitos títulos cinematográficos que formam o horripilante menu, há encontros com mestres do cinema de género, oriundos das mais diversas geografias, que vão despoletar uma panóplia de conversas e de atividades.


A sessão oficial de abertura deste ano do Festival cabe a The Animal Kingdom, de Thomas Cailley.


Um ecoterror, com vestígios de body horror, onde uma estranha doença é responsável por instalar a desordem em França. Porém, o ambiente perturbador continua pelo primeiro dia do MOTELX, com Run Rabbit Run, de Daina Reid, representação única da Austrália; You Won’t Be Alone, de Goran Stolevski, elencado pela sueca Noomi Rapace e pelo português Carloto Cotta; e KKN di Desa Penari, de Awi Suryadi, o maior sucesso de bilheteira de todos os tempos na Indonésia (é também o filme que inaugura esta edição, pelas 18 h).


Logo depois do almoço, a 13 de setembro, entra em cena o assustador ensaio e documentário de Graeme Arnfield, Home Invasion — a primeira longa-metragem do cineasta britânico e a primeira longa de sempre da SectionX.


Mais tarde, assiste-se à estreia mundial de The Funeral, do turco Orçun Behram, e a Estranho Caminho, que triunfou no Festival de Tribeca, do brasileiro Guto Parente, ambos com a presença dos realizadores. Ainda na quarta-feira, a sessão de curtas-metragens portuguesas de terror fora de competição apresenta, entre outros, Era Uma Vez no Apocalipse, de Tiago Pimentel, com interpretação de Sérgio Godinho, e um videoclip de inteligência artificial, por Edgar Pêra, para uma canção de The Legendary Tigerman.

No dia seguinte, compõe-se um banquete com alguns dos muitos convidados internacionais da 17.ª edição do MOTELX, que, após a exibição das suas películas, se disponibilizam para um momento de Q+A: Jacqueline Castel (My Animal), Winnie Cheung (Residency), Paris Zarcilla (Raging Grace) e Saïd Belktibia (Hood Witch, a outra estreia mundial no Festival e em competição pelo prémio Méliès d’argent – Melhor Longa Europeia). Tiger Stripes, um filme da Malásia, de Amanda Nell Eu, que junta adolescência com espíritos da tradição local e TikToks, é outra dose sinistra de cinema imperdível neste dia. E, para os aspirantes a realizadores, a masterclass de YouTube Training vai transmitir as potencialidades das ferramentas da plataforma, ao final da tarde.


A estreia exclusiva de Infinity Pool e a reposição de The Witch são as sugestões extrafortes no cardápio de sexta-feira.


O primeiro pertence ao convidado de honra deste ano, Brandon Cronenberg, e o último, de Robert Eggers, é apresentado pelo seu produtor, Rodrigo Teixeira. No âmbito do GUIÕES – Festival do Roteiro de Língua Portuguesa, a decorrer em simultâneo com o MOTELX, o brasileiro leva a cabo, também no dia 15, uma masterclass. Depois da meia-noite, o filme da Sessão Surpresa, em parceria com a FilmTwist, é desvendado junto do público que entrar na Sala 3. Já na Sala Manoel de Oliveira, a Sessão Dupla mostra o regresso das aranhas assassinas ao cinema de terror, em Vermin, e os perigos fora da internet de Influencer.


O fim de semana arranca de manhã com os Sustos Curtos — da secção menos assustadora do MOTELX, Lobo Mau, dirigida aos mais novos —, que, em sinergia com o projecto FILMar, celebram o centenário da animação portuguesa.


No sábado, revisitam-se ainda o nacional Tarde Demais, com a presença do cineasta José Nascimento e dos atores Vítor Norte e Adriano Luz, e O Exorcista — uma exibição, nos 50 anos deste clássico de género, em homenagem ao seu realizador, William Friedkin (1935-2023). O serão traz Irati, do convidado espanhol Paul Urkijo Alijo, e a muito aguardada estreia europeia de A Semente do Mal, de Gabriel Abrantes. Destaque especial para o coletivo artístico Liquid Sky, que, à tarde, apresenta a conceção do seu próximo programa de televisão, rodado no Alentejo.

Domingo, 17 de setembro, é o dia de Kennedy: um retrato do submundo do crime numa das cidades mais populosas do mundo, Bombaim, por um especialista na matéria, Anurag Kashyap, que vai estar no Cinema São Jorge para apresentar a sessão. É também dia da Sessão de Encerramento da edição de 2023 do MOTELX, que divulga a microCURTA e a curta portuguesa vencedoras, e exibe o ecoterror Acid, do parisiense Just Philippot, a partir das 20 h 45. Um pouco mais cedo, passa o filme que faltava da retrospetiva dedicada a Brandon Cronenberg, Possessor (o canadiano coordena também, nessa tarde, uma conversa com o público).


A completar a ementa do 17.º Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, na segunda-feira, Surma interpreta ao vivo a banda sonora que compôs, a convite do MOTELX e do projeto FILMar, para Os Olhos da Alma, realizado por Roger Lion e escrito e produzido por Virgínia de Castro e Almeida, uma das heroínas do cinema português, um século após a estreia do filme, num cineconcerto comemorativo e obrigatório, na Sala Manoel de Oliveira.


Durante o último dia, recomendam-se ainda o documentário que percorre a história do thriller erótico americano, We Kill for Love, de Anthony Penta, e Good Boy, do norueguês Viljar Bøe, além das repetições das películas premiadas desta edição.

As expetativas são altas e a programação distingue, como explicam os diretores artísticos do MOTELX, Pedro Souto e João Monteiro, «a vitalidade do género, que, este ano, está representado por muitos países, alguns pela primeira vez no Festival, e com uma grande retrospetiva nacional, onde até filmes com 100 anos são descobertos».


Os bilhetes para as sessões da 17.ª edição do MOTELX estão à venda nos balcões do Cinema São Jorge e na Blueticket.


De 12 a 18 de setembro, o terror é o prato do dia!