«SORRI», de Parker Finn

Dia 29 de setembro estreia em Portugal

Saúde mental, mortes horrendas e uma entidade maligna. Esta é a receita perfeita para uma boa sessão de sustos.

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Maria Varanda

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Parker Finn estreia-se nas longas-metragens com SORRI, um filme de terror psicológico e sobrenatural (melhor junção!) baseado numa curta-metragem que assinou em 2020.

Ao atender uma jovem levada à urgência psiquiátrica, Rose Cotter (Sosie Bacon) torna-se a única testemunha num terrível incidente, e o terror que agora pinta a sua vida de negro requer que Rose enfrente traumas passados e assuma as suas próprias sombras.


O filme começa com uma cena chocante que serve para dar uma base à personalidade e história passada da personagem principal. Ao longo do filme, fazem-se ligações entre os acontecimentos, e este trauma inicial é frequentemente desenterrado e chamado ao centro das atenções.


O ambiente de suspense, sustentado pelo desempenho do elenco, pelas técnicas de filmagem e pela própria banda sonora é mantido ao longo de todo o filme. O terror psicológico vivenciado pela protagonista é retratado com realidade extrema por Sosie Bacon, que correspondeu a todas as expectativas que a vossa entusiasta redatora acalentava em silêncio.


Não podemos esquecer, claro, a belíssima atuação de Kyle Gallner como uma personagem fulcral ao enredo (mais fulcral, certamente, do que o marido de Rosie, que se recusa a acreditar nas dificuldades da esposa e na sua versão de eventos — Jessie T. Usher fez muito bem o seu papel de marido cético e algo egoísta).


SORRI fala-nos de doença mental, da sua hereditariedade e do sofrimento imenso e incompreensível que causa aos que dela padecem. Com uma «maldição» que nos faz lembrar o modus operandi de It Follows (sem a componente sexual), tudo se centra no facto de as perturbações mentais serem desafios que se carregam para a vida toda — carregadas pelo próprio e pelos que o rodeiam.

Os eventos vão-se acumulando e, após vários sustos bem elaborados, o clímax do enredo ocorre na casa de infância de Rosie, onde ela se força a enfrentar os seus traumas passados e atuais.

E mesmo quando o espectador pensa que o filme termina…. Ah-ah, reviravolta! O espectador comum entristece-se, o entusiasta de terror regozija. Que reviravolta tão satisfatória. Garanto-vos que, se toda esta situação fosse real, era assim que acabava.


SORRI é a escolha da Fábrica do Terror para a primeira Sessão da Noite deste outono. Que ótima maneira de começar esta spooky season!