«The Medium» (2021, Taiwan)
Atenção. O filme que está prestes a ser discutido possui cenas que podem ferir a sua susceptibilidade.
Como possuem todos. Não é, gente?
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16.50 € (com IVA)The Medium (cujo nome original vai para lá da capacidade do meu cérebro e do meu teclado) é uma longa-metragem de terror, produzida por Na Hong-jin e dirigida por Banjong Pisanthanakun, que nos fala sobre a hereditariedade dos poderes xamânicos.
Giro, não é? Que tema interessante. Pois bem, leitor e futuro espetador, prepare-se para uma viagem atribulada.
O enredo é complicado, portanto veja o filme com tempo, paciência e sem distrações. São 2 horas e 10 minutos nas quais não se quererá ver perdido, mas sim envolvido. Prometo que vale a pena.
O filme, em estilo de pseudo-documentário, segue Nim, uma xamã possuída com o espírito da deusa Bayan, que escolhe as mulheres da família há várias gerações. Apresenta-nos assim a união de duas famílias, cujo passado não teceu nada de bom para o futuro. E nada de bom, na verdade, acontece. Mink, a sobrinha de Nim, começa a exibir sintomas de possessão, e a xamã deve tentar salvar não apenas a sobrinha, mas a sua família. Conhece a Lei de Murphy? Pois. Todo o filme é a Lei de Murphy.
Se puder, ignore algumas falhas no enredo e reações pouco realistas, de modo a não estragar a magia do cinema. Faça suspensão da descrença, se conseguir. É que custa mesmo muito acreditar que uma mãe com um filho pequeno durma como uma preguiça fossilizada e surda e que um homem cujo abdómen está a ser desfeito à dentada consiga alcançar e segurar uma câmara de filmar.
Pondo isso de parte, a coprodução tailandesa e sul-coreana traz-nos uma mistura de terrores exóticos, desde costumes que nos são estranhos e abomináveis (novamente, cuidado amantes de animais, podem ter de fechar os olhos várias vezes) a uma mitologia colorida e fascinante.
The Medium foi vencedor de vários prémios, entre os quais o Bucheon Choice Award na 25.ª edição do Bucheon International Fantastic Film Festival.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.