«A Família Monstro», de Bruno Matos
Monstro-aventuras que cativam crianças e adultos.
Se acordassem com um barulho estranho na vossa casa a meio da noite, iam investigar? A corajosa Família Monstro foi ver o que se passava e encontrou o que mais temia: uma humana! A partir daí, a vida em Monstrópolis nunca mais foi a mesma, e os imprevistos não pararam de acontecer.
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A história cativante de Bruno Matos, ilustrada pelas cores vivas de Raquel Carrilho, transporta-nos para um mundo invertido em que os monstros temem de tal forma os humanos que um dia decidiram vedar-lhes a passagem.
Assim, no primeiro volume, O Torneio dos Feiticeiros, quando os membros da Família Monstro são despertados com um estrondo vindo do sótão, esperavam encontrar traças gigantes (o maior medo da múmia Mumu), não uma menina assustada, escondida atrás da desarrumação.
Demorou algum tempo até a família conseguir ultrapassar o medo e a jovem Maria José (Mizé) ultrapassar o choque de modo a explicar aos monstros o que se tinha passado. Se estivéssemos na mesma situação — num sítio estranho, perante os olhares inquisidores da Mamã Ogre, da vampira Vamp, da múmia Mumu e do Frankenstein Franko —, também teria sido difícil articular uma palavra e contrariar o instinto de fugir a sete pés.
Depois de todos os monstros a sossegarem, conseguiram então perceber que Mizé tinha ido parar a Monstrópolis inadvertidamente. A culpada era uma chave dourada dentro de um baú antigo, no sótão da mansão do avô Nicolau. Quando a menina lhe pegou e esta começou a brilhar, surgiu uma passagem que a transportou para longe de casa.
A menina assarapantada dependia agora da ajuda daquela família estranha para regressar ao mundo dos humanos, mas, com a porta desaparecida, os monstros tiveram de dar largas à imaginação. Para Franko, a melhor alternativa era inscrever a Mizé no Torneio Anual dos Feiticeiros. O vencedor podia pedir um desejo, por mais extravagante que fosse, e a menina regressaria assim a casa.
Mas havia um problema: os humanos não são feiticeiros. A Família Monstro engendrou um estratagema para contornar este facto óbvio, levando Maria José a fazer magia para tentar derrotar os maiores magos de Monstrópolis. Com baralhos de Magius, transmutações e invocações de humanos mortos malcheirosos, tudo pode acontecer.
Entramos no segundo volume da saga ainda com a temática dos desejos bem presente. Em A Maldição de Ofeliakom, a Vamp, que sofre de problemas amorosos, parte em busca de um medalhão com o poder de concretizar qualquer desejo. Por muito que a família a alerte de que magia e amor não se devem misturar, a Vamp não lhe dá ouvidos. Não é nenhum spoiler dizer-vos que não vai correr bem.
Perante tanta agitação, é normal que a Família Monstro precise de umas boas férias. Em A Criatura do Lago, preparavam-se todos para um merecido descanso na cabana do primo Vladislau, nas Montanhas Verdes, distante do rebuliço da Monstrópolis, mas as aventuras perseguem-nos. Desta vez, surge uma criatura peculiar com uma fama que a precede: Nak’ia ou Nessie. Resta agora saber se este monstro é do bem ou do mal. As aparências iludem. A ganância vai fazer estragos nesta história.
De regresso a casa, em Receita em Chamas, a Família Monstro acorda para um mistério: a Mamã Ogre desapareceu, a cozinha está de pantanas, e a receita secreta da tarte de amêndoa foi roubada. As únicas pistas que têm são uma pena e um cartão com uma mensagem enigmática deixados no local. Terão sido as traças gigantes? Preparem-se para novas criaturas, um concurso de Monstrochef com comida a rodos e, claro, uma corrida contra o tempo até à última página. A vida desta família de monstros é realmente alucinante!
No último volume da coleção, A Ilha Tartaruga, terminamos com uma lenda, a da tartaruga gigante com uma ilha às costas, conhecida de bestiários e mitos com o nome de Zaratan, mas que neste livro se chama Lila.
Vagueia pelo mundo em busca de um companheiro, transportando consigo tesouros e uma pedra preciosa com poderes divinos. Mas agora que esta tartaruga mitológica se aproxima de Monstrópolis, a Família Monstro foi chamada para ajudar numa missão que percorre gerações. Que enigmas guardará este animal de carapaça dura que só as nossas conhecidas personagens podem decifrar? Vamos ter de puxar pela cabeça para acabarmos esta saga.
Publicada pela editora Booksmile, do grupo Penguin Random House, esta coleção de monstrinhos amorosos reúne ação, humor, valores e mensagens positivas.
As personagens têm qualidades humanas, o que faz com que deixemos de as temer e passemos a identificar-nos com elas e até a torcer por elas. Está sempre presente o desportivismo, a coragem, o espírito de entreajuda, a importância da família e, acima de tudo, a certeza de que para qualquer problema há uma solução.
Nas páginas finais de cada livro, o leitor tem ainda uma secção de bónus onde é convidado a ler curiosidades, a deslindar desafios e charadas, a experimentar receitas e a jogar jogos.
Ainda bem que as tropelias da família mais monstruosa de sempre não acabam por aqui.
A nova coleção «As Aventuras da Família Monstro» já está nas bancas com dois volumes: A Invenção Desastrosa e A Cidade De Cristal.
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Marta Nazaré
Marta Nazaré, nascida em Lisboa, a 5 de março de 1981, é formada em Letras e Tradução de Inglês. Dedica-se a tempo inteiro à tradução de livros infantojuvenis e à legendagem de filmes e séries.
Descobriu o terror em tenra idade na papelaria do bairro que vendia a coleção «Arrepios», de R. L. Stine. Ainda hoje, o terror infantojuvenil é o seu género preferido.