«Amor Monstro», de Rachel Bright

Sabiam que nem todos os monstros são maus?

Embora um bocadinho esquisito, o monstro desta narrativa tem bom coração. Vive em Vilamorosa, rodeado de fofura, mas não é totalmente feliz. Falta-lhe encontrar alguém que o aceite tal como é. Com a sua esquisitice e tudo.

Marta Nazaré

Recomendado para 4+

O amor está no ar no mundo dos humanos, e no dos monstros não é exceção. Sim, é verdade. Tal como nós, eles também andam à procura de uma alma gémea (ou de uma monstra-metade) e de amigos com quem passar o tempo. Se não acreditam que existem monstros bonzinhos que não fazem mal nem a uma mosca, proponho que deem uma vista de olhos a esta coleção. Mantenham o espírito aberto quando entrarem em Vilamorosa, um lugar onde tudo é tão querido que só apetece apertar, e cumprimentem o protagonista da história, uma criatura de pelo avermelhado, dentes saídos e olhos «um tanto esbugalhados». Preparem-se para uma quantidade excessiva de fofura.

Assim que comecei a ler o primeiro livro que dá o nome à coleção, Amor Monstro, simpatizei imediatamente com esta criatura pequena e fofinha. (É difícil não abusar da palavra «fofinho» quando falamos desta personagem. Basta olharem para a capa do livro para perceberem do que estou a falar.) O nosso monstrinho é um exemplo de resiliência. É muito difícil não nos deixarmos abater ou «levar pela tristeza» quando as coisas não nos correm de feição. Mas ele pôs mãos à obra. Arregaçou as mangas — neste caso concreto, fez a mala, porque o monstro desta história não tem mangas para arregaçar — e lançou-se ao caminho em busca de alguém que gostasse dele. Como tantas vezes acontece, é nos lugares improváveis que somos surpreendidos.

Em Amor Monstro e o Presente Perfeito, os habitantes de Vilamorosa preparam-se para um dia muito, mas mesmo muito especial: o Dia do Presente. O nosso monstro está preocupado, pois não sabe que presente especial oferecer à sua monstra especial. Como é que se mostra que alguém é único? Ora aí está uma pergunta difícil. Depois de muito pensar e de muito procurar, o monstro encontrou a resposta.

A coleção «Amor Monstro», da ilustradora e escritora britânica Rachel Bright, é apropriada para quem queira perder o medo dos monstros ou, simplesmente, para oferecer a alguém que se derreta com «coisas fofinhas e ternurentas». É uma prenda engraçada para o Dia dos Namorados ou o Dia dos Afetos. Com mensagens de esperança e de amor, e um toque de inocência e simplicidade, estas histórias vão sem dúvida cativar pessoas de todas as idades.


A tradução para português dos dois primeiros volumes — Amor Monstro e Amor Monstro e o Presente Perfeito — esteve a cargo da Editorial Presença. Ao todo, a coleção tem quatro volumes. Se forem fãs de «terror fofinho» como eu, vão querer ler mais aventuras deste monstro amoroso e não vão descansar enquanto a coleção não estiver completa.