Crítica a «The Outsider» («O Intruso», 2022)
AVISO DE DANO EMOCIONAL: tente não se apegar às personagens, sim? Tente… Mas aviso já que vai falhar.
Na realidade, para falar de The Outsider (O Intruso) e convencer o leitor, deveria bastar a seguinte frase: BASEADO NUM LIVRO DE STEPHEN KING. Convencido? Não? Então, pode continuar a ler.
Stephen King tem um dom: escreve boas histórias e escreve-as bem. The Outsider, série da HBO, é igual: uma boa história, bem mostrada. E mesmo com as liberdades criativas que foram tomadas em relação a algumas personagens, continua fiel à história original (ao contrário de algumas adaptações cinematográficas do mestre do terror que não deverão ser nomeadas pelo sofrimento espiritual que causam à redatora).
A escolha do elenco, desde Ben Mendelsohn como o Detetive Ralph Anderson a Cynthia Erivo como Holly Gibney, foi tão acertada que não há maneira de não sentir que conhecemos as personagens.
Jason Bateman, que representa sempre o seu papel com corpo e alma (goste-se ou não dos filmes em que atua) não só é Terry Maitland — que logo no primeiro segundo me convenceu de que já o era até no livro — como assume o papel de diretor em dois episódios da série. Não posso listar o elenco todo, ou passaríamos horas a discutir cada detalhe do desempenho de cada ator e atriz. E o meu pequenino coração não aguentaria falar de tantos artistas fenomenais de seguida. (Perdoem esta incurável fã de The Outsider, criada com o livro, feita monstro com a série.)
Os dez episódios contam-nos a história do homicídio de Frankie Peterson, um menino de onze anos cujo corpo é descoberto num estado incompreensível de mutilação. O crime é de tal forma horrendo que leva o Detetive Anderson a quebrar todas as regras e deter o suspeito, Terry Maitland, durante um evento público. As provas são irrefutáveis, ele é culpado. Mas Maitland tem um álibi.
A premissa é simples: uma pessoa não pode estar em dois sítios em simultâneo.
Entre agentes da lei, advogados e investigadores privados, uma equipa une-se para descobrir o mistério que liga outros dois casos de infanticídio ao caso Peterson. As barreiras que vão ter de ultrapassar para aceitar a realidade e parar o culpado vão para lá do que a mente humana está preparada para assimilar.
Mas afinal quem é O Intruso?
E porquê intruso?
Ah, meu caro leitor, vai ter de ver para descobrir.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.