Entrevista à equipa de «O Velho e a Espada»
Com Fábio Powers, realizador, Jules Spaniard, responsável de VFX, e João Loy, a voz da espada.
«O instinto do Fábio, aqui, está certo, é o lado humano que deve vir primeiro. E o contra twist fez com que muita gente saísse do filme a questionar qual é a realidade. Até está no póster. É uma fantasia, uma alucinação ou algo mais? Acho perfeito. Seja qual for a realidade que escolherem no final, está certo.»
Desde a seleção para a edição de 2024 do Fantasia Film Festival, no Canadá, que O Velho e a Espada ainda não parou de correr o mundo em festivais de cinema de género. Rodado em Pé da Serra, uma aldeia no distrito de Castelo Branco, este filme, propositadamente série B, é a estreia do realizador Fábio Powers, com efeitos especiais desenhados por Jules Spaniard, João Loy como a voz da espada e António da Luz como protagonista.
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Vou começar pela pergunta mais difícil para o Fábio: porquê o sobrenome artístico Powers?
Fábio Powers: Era uma alcunha desde a altura do secundário, porque andava sempre a contar piadas dos filmes aos meus amigos, para tentar convencê-los a ver o Austin Powers. Tinha muitos amigos com o nome Luís (o meu nome é Fábio Luís), e colou o Powers. Não que goste muito, mas tem a vantagem de as pessoas me encontrarem logo na Internet.
Podias sempre contar uma versão em que o nome foi pensado desde essa altura porque querias, mais tarde, fazer um filme série B.
FP: [Por acaso], desde até mais cedo do que o secundário. Desde os 13 anos que sonhava fazer um.
E agora fizeste. Quando estiveram no Clube de Cinema da Fábrica do Terror a apresentar o trailer e o making of dos efeitos especiais de O Velho e a Espada, tinham recebido a notícia da seleção para o Fantasia. A partir daí, a vossa vida mudou completamente. Há um antes do Fantasia e um depois do Fantasia, seguramente.
FB: Nunca pensei alguma vez lá pôr os pés. E foi uma experiência inacreditável. Tive a oportunidade de conhecer realizadores que admirava, como o Mike Flanagan, que foi lá dar-me uma palavra de apoio e disse que o primeiro filme dele estreou na mesma sala onde O Velho e a Espada passou. Ele, infelizmente, não teve oportunidade de o ver porque estava a dar um workshop [à mesma hora]. Mas foi super simpático e acessível. Estão lá os realizadores e produtores a conviver, é um clima completamente descontraído. As pessoas são bastante respeitadoras, pedem os seus autógrafos, mas não ficam ali de volta dos realizadores. Foi incrível.
Eu tenho uma opinião sobre por que razão o filme teve esta atenção e tem tido este sucesso, mas o que é que vocês acham que está na origem deste fenómeno?
FP: Eles têm a categoria underground, [onde] querem mostrar todo o tipo de cinema que se faz a nível internacional, e acharam graça a este filme português. Foi selecionado pela Justine Smith e pelo Chico Peres Smith, que perceberam que o filme tinha mais do que aquilo que aparentava. Nós, pelo trailer, mostramos mais a parte da comédia, mas o filme, na verdade, tem várias camadas. Eles entraram na onda do filme, perceberam-no e gostaram. Estou-lhes muito grato por o terem selecionado, porque foi uma experiência fantástica e uma grande honra. A partir do momento em que fomos ao festival, começaram a abrir portas para outros lados. Fomos validados ali, então quer dizer que o filme é bom ou tem alguma coisa de especial. [Sem isso], não teríamos sido selecionados para metade dos festivais [a seguir].
Jules Spaniard: Lembro-me de que, na altura, estávamos a fazer a pós-produção e [disse ao Fábio]: isto até podia estar tudo mal realizado, a imagem podia estar uma porcaria, os meus efeitos podiam estar muito piores, mas o Tonho, a personagem do António, e a química que ele tem com o João Loy é uma graça gigante e salva-nos de várias vários problemas técnicos que poderíamos ter tido.
FP: Sempre confiei [no António], porque, aliás, não fizemos o filme para mostrar que somos capazes de fazer efeitos especiais. Claro que podíamos ter feito dez vezes melhor, mas também perdia a graça. O meu desafio era fazer o filme funcionar sem efeitos. Mostrei-o antes de começarmos a usar efeitos. Tinha um rough cut que mostrei a diferentes grupos de amigos e família, e o filme estava a funcionar sem efeitos especiais. As pessoas estavam entretidas e não tinha lá nada, portanto, os efeitos estão lá só para ajudar a contar a história.
Que viagem alucinada foi esta dos efeitos para este filme? Qual foi o briefing do Fábio?
JS: Nós conhecemos [e admiramos] o trabalho um do outro. Ia acompanhando à distância os desenvolvimentos de O Velho e a Espada e disse «tenho de ver este filme.» Ele passou-me o rough cut, ainda sem grandes efeitos especiais, só mesmo com alguns efeitos temporários e, para mim, aquilo foi espetacular. Porque há ali qualquer coisa entre o Robert Rodriguez e o Terry Gilliam, na própria odisseia da história do António. Vi ali muito de Dom Quixote. Os efeitos temporários do Fábio também me impulsionaram. Na versão original, [o monstro que persegue o António] era um olho com um vitral atrás e, na versão final, acabei por inspirá-lo no galo de Barcelos. Tinha de tentar arranjar uma metáfora para isto, porque todo o filme navega numa espécie de fio da navalha entre o que pode ser passado na cabeça do personagem e o que pode ter sido acrescentado no twist que não vou revelar. Portanto, a própria linguagem visual do filme tinha de ser expressiva. E tinha de encaixar dentro daquilo. Por exemplo, fizemos vários testes, até com uma coisa mais stop motion, em que se via os contornos de green screen, como se fazia antes nos bonecos stop motion, e chegámos à conclusão de que, nalguns casos, não funcionava. Estávamos a ir além de mais, começava a distrair as pessoas da história do Tonho. Então, foi sempre aquele balanço muito cauteloso entre o extravagante, mas ao mesmo tempo contido, porque não podemos sair deste mundo da história.
Mesmo que tivessem saído desse mundo, acho que estava preparada para ver tudo naquele filme. João, fazes parte do imaginário de várias gerações de portugueses fãs de Dragon Ball, como o ator que deu voz ao Vegeta. Como é que surge este convite? Porque, quando vejo a espada e ouço a tua voz, acho que não havia mais ninguém que pudesse encaixar naquela personagem de forma orgânica.
João Loy: Isso é o melhor elogio que posso receber, saber que a minha voz serviu exatamente para aquela espada, no sentido de criar essa verdade, de lhe dar essa verdade. Para mim, já é um ganho, é um lucro muito bom. Como é que comecei com isto? Já conheço o Fábio Powers há muitos anos. Primeiro, conheci-o como fã do Dragon Ball e depois [como realizador] de um videoclipe meu, porque percebeu perfeitamente o que é que eu queria [transmitir] sobre a outra carreira que tenho à parte de ser ator, que é ser fadista. Acabámos por fazer alguns trabalhos juntos e, quando ele me disse que queria fazer este filme e queria contar comigo, nem sequer havia hipótese de dizer que não. Mas deixou-me completamente aflito com as coisas que ele mandava do filme. Eu só dizia «o que é isto?» até ler a história toda e falar com ele. A única coisa que eu condeno ao Fábio, e aqui «condenar» é numa brincadeira, é de não termos tido a possibilidade de todas as minhas falas serem feitas cara a cara com o ator. Eu utilizava só a voz, mas precisava de receber tudo aquilo que o Tonho tem para dar, os silêncios. Porque as intenções mudam completamente. Há qualquer coisa que ajuda muito mais à verdade do que entrar num estúdio e estar a receber a voz do ator, saber que tinha 10 segundos ou 30 segundos para responder. Depois, quando percebi a dimensão do ator que estava a representar sem nunca ter passado pela situação de ser ator na vida, ter aquela capacidade quase mágica, de facto, deu-me uma vontade louca de que tudo tivesse sido feito ao vivo e não através do estúdio.
Daqui a uns 10 anos, os miúdos vão estar a dizer: «não conheces o João Loy? Foi a voz da espada, já nem vai ser do Dragon Ball».
JL: O filme, para mim, também teve uma importância no sentido da comédia, porque gosto imenso de comédia. Inclusive, tinha pedido ao Fábio para fazer alguma coisa muito intensa para mim e para o António. Mal sabia eu do final trágico. Acho que ele saiu em glória desta vida, por incrível que pareça. Que melhor homenagem de perpetuar para a eternidade através de um filme, não é? Não sei se posso dizer uma coisa destas, mas o Fábio confidenciou-me que estava um bocadinho com medo que estivesse a ter este sucesso todo não pelo próprio Tonho, mas principalmente pela morte dele. Não tem nada a ver com isso. Acredito que para nós passará muito isto, mas não para os outros. Para nós é que tem uma carga emocional.
Concordo contigo. Quando vi o trailer do filme, também não sabia que o António tinha falecido. Portanto, é mesmo pelo António, pelo papel e pelo desempenho. Fábio, caso precises de duas pessoas a dizerem-te isto.
JL: O que ganhou o filme foi, de facto, a capacidade interpretativa do Tonho. Até nos silêncios. O Tonho tem silêncios que são de uma violência brutal. Eu estou a dizer isto todo arrepiado. É uma carga tão grande de qualidade da representação por parte do Tonho, que é quase impossível qualquer pessoa ficar indiferente. Por exemplo, quando estou na casa de fados, e os clientes são quase todos estrangeiros, eles próprios dizem: «nós não percebemos o que é que disseste por palavras, mas percebemos tudo através da tua emoção». E o Tonho é isso tudo. Sem nunca ter tido formação. É uma questão de talento, só.
Como é que chegaste ao António da Luz, Fábio? Como é que foi este casting?
FP: Ele era tio de um primo meu, tenta descodificar isso [risos]. Eu conheço-o desde miúdo, sempre lhe achei muita graça. Sabia que ele tinha este sonho [de representar] e sempre lhe disse que alguém o devia pôr num filme, e calhou ser eu.
Foi fácil trabalhares com ele?
FP: Eu sabia que ele ia ser engraçado. A minha preocupação eram as partes dramáticas, e acho que ele superou todas as expectativas. Eu até me arrepiava quando estávamos a gravar.
JL: [Ele não era profissional, mas tinha vocação] e tu tiveste uma sorte do caraças.
FP: Tive, sem dúvida. Ele deu 200%, estava muito entusiasmado também, e ia sugerindo ideias. Eu tinha um guião escrito, mas dava-lhe sempre liberdade. «Olha, como é que tu dirias isto à tua maneira?» E ele foi adaptando, foi fazendo parte do processo. Foi uma experiência incrível, sim. Vinte dias intensos. Houve uma cena em particular, [a cena das escadas], em que eu estava ansioso para ouvir a voz do João.
JL: E a cena é fabulosa.
FP: Estava a gravar aquilo com ele e estava a arrepiar-me. A maneira como ele estava a dizer as falas dele, o engolir em seco, o olhar.
Não vou revelar o twist do final, de que não estava à espera. Há quem diga que, se calhar não era preciso, mas eu adorei. Qual foi a decisão que esteve por trás?
FP: Quando escrevi, achei que ia ser mais engraçado do que realmente ficou no filme. Mas também há aspetos que não se controlam. Uma coisa é estar no papel, outra coisa é filmar e depois editar. O filme vai ganhando uma vida própria e o seu ritmo. E as pessoas entraram mesmo na história do Tonho. Se calhar, queriam ver mais dele, queriam ver um final diferente. Também era uma forma de facilitar a produção. Mas eu achei aquilo engraçado, e há pessoas que acham que não. E depois também depende do sentido de humor de cada um, não é?
JS: Eu sou a favor dos múltiplos mundos deste filme. Acho que o filme tem um twist, mas depois, a seguir, tem logo um contra twist que quebra a realidade anterior. A primeira vez que vi o filme, disse ao Fábio: «tem de haver ali uma cena Hollywood no final», mas depois vi e revi e pensei: não, ele está certo. O instinto do Fábio, aqui, está certo, é o lado humano que deve vir primeiro. E o contra twist fez com que muita gente saísse do filme a questionar qual é a realidade. Até está no póster. É uma fantasia, uma alucinação ou algo mais? Acho perfeito. Seja qual for a realidade que escolherem no final, está certo.
E há mais uma coisa que o filme tem de muito boa, que resolve o problema de estarmos sempre a tentar definir o cinema de género português para um público universal. O Velho e a Espada é o melhor exemplo que vocês podem dar de um filme universal, mas que tem aspetos muito específicos da cultura local. Os portugueses vão perceber certas piadas, mas não há ninguém no mundo que não vá perceber o filme. Isso é uma proeza, Fábio. Não sei se tens esta noção, é só mais um peso para teres nos ombros. [risos] Foi uma das coisas de que falei com o João Alves depois dos workshops que fez na Coreia do Sul sobre cinema de género.
FP: Foi o João Alves que me inspirou para fazer este filme, desde que esteve a falar connosco na UBI [Universidade da Beira Interior], onde eu estudei. Fiquei feliz por ele ter visto o filme, e ele adorou. Ele inspirou-me e disse-me que agora também ficou inspirado para fazer um filme live action. A vida dá voltas.
A espada tem-te acompanhado nos festivais e chama sempre a atenção. Como é que ela nasce?
FP: Tinha reunido uma série de imagens de coisas de que gostava. Depois, passei a uma colega minha, a Ana Flávia, (que também está a ilustrar a banda desenhada que estou a fazer sobre a história de vida do meu avô, que era um acordeonista invisual) e pedi-lhe para fazer o conceito de arte. Depois, criámos várias versões diferentes até que chegámos ao design desta, e passámos à Paula Nunes, que criou a espada. A espada teve duas mães.
Por causa do vosso filme, o MOTELX criou uma secção especial, que já existia mais ou menos de forma informal, chamada Sala de Culto.
FP: [Espero] que apareçam mais filmes para preencher essa sala.
Acho que isso vai acontecer. Sei que tinhas algum receio de as pessoas acharem que o filme não era profissional o suficiente, mas, a partir do momento em que é dado um primeiro passo e abres uma porta, vêm mais pessoas atrás.
JL: [O Fábio] colocou a fasquia tão alta que a preocupação que ele tem de ter é: «o que é que eu vou fazer a seguir para que isto tenha, no mínimo, a dimensão do outro?».
FP: É um desafio, claro.
JL: Porque as oportunidades podem aparecer, e tu tens de estar preparado para isto. Não estou a dizer que não tenhas uma coisa agendada na tua cabeça para fazer, mas sabes que, na cultura, as coisas acontecem [dessa forma]. Há várias coisas que podem acontecer através da loucura que está a acontecer com este filme.
FP: Eu fiz um filme porque tinha esta história dentro de mim para contar. Não fiz um filme para ter uma carreira. Fiz porque queria fazer. Queria contar aquela história, [não estou a pensar] se as pessoas gostam ou não gostam. Espero que gostem, mas não o faço com qualquer tipo de pretensão de ser reconhecido como artista, que fez um grande filme, uma grande história. Também espero que gostem da história do meu avô, que eu acho que é uma história incrível de superação.
JS: Mas tem lá o toque Fábio Powers. Não tens espadas, não tens demónios, mas tens outro tipo de demónios, não é? E acho que, em termos de BD, está muito bem conseguida a recriação histórica, porque ele foi buscar mesmo os documentos de antigamente e os bilhetes de identidade. E está fenomenal como objeto visual e narrativo.
Quando é que é lançada a banda desenhada?
FP: Gostava que saísse em 2025. Já podia estar mais adiantada, só que, como andamos na tour do filme, não temos tido tempo. Temos outros side projects também para O Velho e a Espada: vamos fazer uma pequena banda desenhada e, posso revelar em primeira mão para a Fábrica do Terror, estamos a desenvolver um videojogo para telemóvel. Já está em desenvolvimento e deve estar pronto daqui a uns meses.
JS: Vai ter uma estética muito 16 bit. Eu estou a animar as personagens, a colocar alguns trivias visuais lá.
FP: Portanto, O Velho e a Espada ainda terá muitas surpresas.
Além da banda desenhada e do jogo, que mais projetos podem revelar?
FP: Há outras coisas que ainda são surpresa e que só podemos revelar mais tarde. Tenho [esta banda desenhada] do meu avô, que será o meu próximo grande projeto, e há outras coisas em desenvolvimento também, projetos do Júlio. Vou tirar umas férias de realizar, porque este filme foram cinco anos da minha vida, à frente de um computador a editar e a fazer efeitos especiais. Foi um processo exaustivo. Agora, deixo a cadeira de realizador aqui para o Júlio. Portanto, o próximo filme será feito por ele. Eu vou estar mais à retaguarda, na produção.
E já podes falar sobre este filme, Jules?
JS: Ainda não. O guião está a ser fechado, estamos a registar, mas há de ser mais de terror do que O Velho e a Espada. Eu, o Fábio e o produtor associado de O Velho e a Espada, o Cristiano Guerreiro, temos um grupo chamado Os Medos e, na altura, falámos em fazer a trilogia dos medos. É o que o Fábio estava a dizer, são projetos que já temos na alma há muito tempo, à espera de sair. Não posso revelar muito da história, mas há de se passar no mesmo universo O Velho e a Espada. É um pouco aquilo que o João Loy estava a dizer, sobre as coisas, às vezes, ficarem na sombra umas das outras, e é muito difícil superar a qualidade interpretativa que o Tonho e o João têm no filme. Daí o próximo ser de outro género, mesmo para não estarmos a pisar o que fizemos anteriormente. E o Fábio, vou tentar picá-lo ainda mais vezes, ele tem de voltar a realizar. Ele tem uma série de projetos na gaveta, porque não pode parar.
João, continuas a fazer dobragens ou estás mais ligado ao fado?
JL: Com as dobragens, parei praticamente em definitivo. Ou pagam muito bem ou então as dobragens, para mim, acabaram. E acabaram porque eu quis apostar noutra das minhas paixões, que era a música, o fado, mantendo o teatro e a televisão sempre que aparece alguma coisa que eu goste [de fazer]. Se quiser apostar agora na parte do canto, seria muito complicado manter as dobragens. As dobragens estragam muito a voz. Quando eu digo que tem de ser muito bem pago, é no sentido de ter de justificar deixar de fazer música. Estou num projeto musical acústico, Maria José, com um músico de rock. É um projeto que estou a adorar, com letras nossas e músicas próprias. Misturamos o fado com o ska, quase a roçar o punk, a guitarra portuguesa, mantendo os trejeitos do fado em quase todos os temas. Já lançámos quatro singles e um deles [Chegou a Hora] tem talvez dos melhores videoclipes que alguém pode ter, feito pelo Jules, e que vale a pena ver. Também tenho o sonho de realizar uma vez um filme e tenho uma ideia para um filme de suspense, não de terror, que tem a ver com a claustrofobia. Tudo sem texto.
FP: Tenho lançado este desafio ao João há muito tempo, com todos estes anos que ele tem ligado à arte e ao teatro e às dobragens, etc. E todo o conhecimento que ele tem das artes. Acredito que ele teria uma sensibilidade especial para realizar uma curta-metragem, gostava muito de ver a visão dele. Espero que se concretize qualquer dia.
Nota editorial:
A versão em áudio pode não corresponder na totalidade ao texto que aqui publicamos. A versão em texto da entrevista foi editada para, entre outros aspetos, limar traços de oralidade e condensar algumas respostas por uma questão de coerência.
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Sandra Henriques
Autora de guias de viagens da Lonely Planet, estreou-se na ficção em 2021, ano em que ganhou o prémio europeu no concurso de microcontos da EACWP com «A Encarregada», uma história de terror contada em 100 palavras. Integrou as antologias Sangue Novo (2021), Sangue (2022) e Dead Letters: Episodes of Epistolary Horror (2023). Em setembro de 2023, contribuiu com o artigo «Autoras de Terror Português» para a Enciclopédia do Terror Português, editada pela Verbi Gratia. Em março de 2022, cofundou a Fábrica do Terror, onde desempenha a função de editora-chefe.