Fantasporto 2023 arranca a 24 de fevereiro
43.ª Edição do Festival Internacional de Cinema do Porto
Um festival de estrelas para paladares requintados
Em comunicado de imprensa, a organização do Fantasporto afirmou: «Estamos de volta, e cada vez mais fortes a nível internacional. Antestreias mundiais, europeias, internacionais e nacionais. O ano da trilogia Melchior, dos últimos filmes de Zanussi, Eiji Uchida, Milcho Manchevski, Vassilis Mazomenos, Takashi Shimizu, do oscarizado Kristóf Deák, do cinema europeu que volta em força ou do vindo da Ásia e que mantém o seu impacto no Fantasporto. No fundo, 67 países sujeitos a seleção com centenas de filmes extremamente recentes, para chegarmos a uma seleção final de 86 antestreias absolutas em Portugal com sabores diversificados, mas sobretudo reflexo do melhor cinema que se vem fazendo a nível mundial e, particularmente, em Portugal.
Celebramos a 43.ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto num novo espaço recém-inaugurado, o histórico Cinema Batalha, agora denominado Batalha – Centro de Cinema, bem no centro da cidade, junto ao Teatro S. João e à zona comercial mais nobre da cidade, a Rua de Santa Catarina».
Abertura e Encerramento
Abertura
A Abertura é feita no dia 24 de fevereiro com o britânico Shepherd, de Russel Owen, na presença do realizador. Um filme sobre os traumas de um homem que se isola do mundo. Com este filme, inicia-se também a competição internacional do Cinema Fantástico e a grande maratona cinéfila. Um dos filmes ingleses de maior impacto no ano passado, considerado pela Variety, pelo Screen International Empire ou pelo Film Total como um dos mais importantes filmes do ano cinéfilo.
Encerramento
O Fantasporto encerrará no dia 4 de março com a estreia internacional do filme turco, Once Upon a Time in the Future: 2121, uma variante do 1984 de George Orwell e, sem dúvida, um inesperado olhar sobre os perigos das ditaduras, um tema bem importante nos dias de hoje. É a estreia de uma realizadora à qual se deverá dar muita atenção no futuro próximo, a primeira mulher do seu país a abordar a ficção científica.
Os Grandes Temas da Atualidade no Ecrã
O Fantasporto apresenta as grandes produções do cinema contemporâneo que não chegam habitualmente aos nossos ecrãs e que abordam os grandes temas da atualidade, quer nas curtas quer nas longas-metragens. Sob todos os géneros e subgéneros, o festival orgulha-se das reflexões em forma de filme que mostram a modernidade e o valor de intervenção do cinema que apresenta. Perspetivando de uma forma objetiva a programação anunciada a 17 de janeiro, nesses temas incluem-se:
A guerra, as ditaduras e as suas consequências, o tráfico de migrantes, a exploração e o abuso de crianças, o direito à diferença sobretudo LGBT, o abuso de idosos e a desumanização da sociedade, especialmente nas grandes cidades, a condição da mulher, os reflexos do colonialismo, as dificuldades da criatividade na Arte e na Literatura, a poluição dos oceanos, as mudanças climáticas, a pobreza endémica, a esperança do futuro, com a ficção científica a ativar a imaginação, os refúgios e os santuários da saúde mental, tendo a casa como primeira linha de defesa, a influência das seitas em tempo de crise de valores e até a pandemia Covid-19 como um dos mais perturbadores eventos recentes.
Na ficção, encontram-se mais do que factos importantes, encontram-se os comentários e os vários olhares que eles suscitam.
Na secção de cinema fantástico, não faltam os vampiros, zombies, ficção científica e as histórias da imaginação, desde os contos de fadas à fantasia pura, como é o caso da animação Demigod: The Legend.
Todos os Géneros, Todos os Olhares
A grande vantagem de um festival de cinema é a capacidade de se renovar em cada edição com filmes recentíssimos e que refletem a atualidade.
O Fantasporto apresenta cinema de todos os géneros, muitas primeiras obras, outras de mestres consagrados, quer de baixo, quer de grande orçamento. Vai às Américas e até à Ásia, viaja por toda a Europa, traz cinema de animação de vanguarda com a manga japonesa transposta para o animé, revela cinematografias em retrospetivas e celebra aniversários de filmes de culto ou clássicos marcantes.
As Competições
A secção oficial CINEMA FANTÁSTICO surge-nos com uma programação com várias antestreias mundiais e internacionais e as mais diversas longas-metragens premiadas em festivais prestigiados.
Destaque para a sempre forte representação do cinema japonês, para a presença de um surpreendente filme ucraniano e de um filme da Malásia, país pela primeira vez presente no festival. Presença forte também do cinema europeu extremamente criativo, este ano com grandes produções vindas sobretudo de França, Itália, Espanha e Reino Unido. Registe-se ainda a presença do novo filme do realizador japonês Takashi Shimizu, que já venceu o Grande Prémio do Fantasporto em 2021, e que nos trouxe, em 2022, um filme em antestreia mundial, e que nos deixará agora estupefactos com o seu Immersion, a exibir em antestreia mundial absoluta, sem que a Toei, a sua mega produtora, divulgue sequer os atores com quem trabalhou.
Um filme português, S.Ó.S., vai medir forças com os outros em competição nesta categoria, num ano particularmente rico e diversificado. Presentes ainda estarão 16 curtas-metragens em competição, representativas do melhor no cinema fantástico de menor duração, com destaque para um filme de Singapura, país que pela primeira vez tem um filme seu exibido em Portugal e no Fantasporto.
Haverá igualmente muito cinema português, particularmente na competição do PRÉMIO DE CINEMA PORTUGUÊS nas suas duas modalidades, MELHOR FILME e MELHOR FILME DE ESCOLA.
Este ano, estão representadas nesta última categoria seis entidades: a Universidade Católica do Porto, a Universidade Lusófona de Lisboa, a Universidade do Minho, a Escola Superior de Media, Artes e Design – ESMAD, a Escola Superior Artística do Porto – ESAP e a Escola Artística Soares dos Reis do Porto. Destaque-se ainda S.Ó.S., do multifacetado Tiago Santos, que concorre também na secção de Cinema Fantástico, e Incubus, que concorre pelo Cinema Português e na categoria de Cinema Fantástico para curtas-metragens.
Para Além das Competições
Para além dos filmes em competição, aqui ficam alguns exemplos que marcarão a edição do Fantasporto 2023:
Trilogia Melchior
Três longas-metragens com grande qualidade para os amantes de História e do ambiente de A Guerra dos Tronos ou O Nome da Rosa, e que mostram a excelência do cinema estoniano, tudo na presença do realizador Elmo Nüganen, que nos falará sobre este grande projeto europeu.
Retrospetiva: o Cinema de Lapuz
O grande cinema realista das Filipinas, já anteriormente premiado no Fantasporto. Na presença de diversos realizadores, atrizes e atores, bem como do seu produtor, aqui homenageado, Ferdinand Lapuz fará uma conferência a não perder.
Retrospetiva: Freak Agency
Curtas-metragens de excelência, sobretudo de horror, de uma agência que trabalha a promoção do cinema espanhol, há muitos anos colaboradora do Fantasporto. Vanessa Toca, a sua coordenadora, participará também num debate que se admite muito atrativo, sobre o papel das agências de promoção de curtas-metragens.
Homenagens
A celebrar os 25 anos da estreia de Darklands de Julian Richards, filme que foi Prémio da Crítica do Fantasporto antes de receber uma série de prémios internacionais e de lançar mundialmente o seu realizador e produtor, já homenageado no Fantasporto. Darklands será exibido em cópia restaurada 4K. Também com este tipo de restauro, o filme de culto Mute Witness (1995), de Anthony Waller, que foi Prémio Especial do Júri no Festival de Gérardmer. Waller é o realizador, entre outros, do conhecido American Werewolf in Paris.
Além dos Filmes
Debates, apresentações, livros a anunciar e o novo desafio TALKING MOVIES, um convite à tertúlia, aberto a todos os participantes e cinéfilos, para se juntarem informalmente no bar após a exibição dos filmes, num ano em que, até ao momento, já confirmaram a sua presença no Porto cerca de 70 realizadores, produtores, atores, atrizes ou produtores.