Fantasporto 2023: «Cult Hero», de Jesse Thomas Cook

Secção Cinema Fantástico

«Uma mulher empresária e controladora pede ajuda a um pseudo-detetive perito em cultos em declínio, para libertar o marido das garras de um grupo de “bem-estar”. O marido, porém, sente-se tão bem que não quer voltar para ela.» 

Não foi um filme brilhante, mas ofereceu bom entretenimento (e algumas gargalhadas) durante 90 minutos. E muitas vezes, numa sessão tardia de dia de abertura de Fantasporto, é isso que é preciso.

Dito isso, as piadas, por vezes, acabam por se perder no exagero caricatural que os atores dão às suas personagens, numa espécie de «atirar todo o barro que tinham à mão para ver se colava». Para dizer a verdade, nem sempre resulta, mas tudo depende das audiências. Para os espectadores fãs do silliness, estavam no sítio certo.

Se olharmos apenas para o filme como sátira social — das novas tendências de bem-estar forçado e desta mania da ditadura da felicidade, numa sociedade obcecada com reality TV e aplicações móveis para tudo, e de meditar para não enfrentar os problemas —, Cult Hero cumpre o seu propósito. Gostaria, contudo, de ter visto uma Karen menos Karen. É que nem a mais irritante das Karens é assim tão exagerada (quero acreditar; mas não vivo na América). E nem era preciso a catch phrase «quero falar com o gerente» para perceber com quem estávamos a lidar!