Fantasporto 2023: «Shepherd», de Russell Owen
Nova sessão: 4 de março, às 21 h 00, na sala 2
«Um dos melhores exemplos recentes do horror britânico. Perdido de dor pela morte da mulher grávida, Erik Black volta à remota terra natal, aceitando um trabalho como pastor. A paisagem agreste irá curá-lo, mas o esconderijo perfeito cedo se torna um pesadelo a que não pode fugir, quando um espírito vingativo o segue e o confronta com a própria sanidade. Com Tom Hughes, ator da série de televisão Victoria (Prince Albert), e Greta Scacchi de Brideshead Revisited, atriz em cerca de 100 filmes. Shepherd estreou no BFI London Film Festival.»
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16.50 € (com IVA)Shepherd é um filme que já data, originalmente, de 2021, mas que chega a Portugal na sessão de abertura do Fantasporto 2023.
Um filme de assinatura britânica, com direção e escrita de Russell Owen, Shepherd traz-nos a história de Erik Black, que procura isolamento após a morte da esposa infiel, aceitando um trabalho como pastor numa ilha remota.
O cenário é simplesmente deslumbrante, e o modo como o ambiente é retratado permite-nos sentir que estamos presentes na ilha — o frio, o nevoeiro, o mar, aquela sensação premonitória de desgraça.
Tom Hughes (Erik Black) entrega-se ao papel, com um desempenho tão credível quanto mística é a personagem interpretada por Kate Dickie (a Pescadora), cuja natureza é suscetível de levantar diversas teorias nos amantes da sétima arte.
Com um começo extremamente promissor, Shepherd perde o encanto nas reviravoltas sucessivas do final, sendo que, para as descobrir, o espectador terá de assistir à longa-metragem (a Fábrica é, como sabem, avessa a spoilers). As mesmas, porém, servem certamente um propósito e o final pouco explícito dá azo a várias interpretações.
Shepherd é sobre segredos e sobre perda — não apenas dos que nos rodeiam, mas de nós próprios. Parece ser, acima de tudo, sobre o peso do passado, a sombra da culpa dos erros que cometemos e sobre como fugir deles apenas adia o inevitável.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.