Fantasporto 2023: «Dead Bride», de Francesco Picone
Nova sessão: 1 de março, às 21 h 30, na sala 2
«Um casal e o seu bebé voltam à casa da infância da mulher, onde cedo se tornam vítimas de fenómenos que se prendem com os seus pais abusivos e violentos. Um dos melhores filmes de horror de 2022, na tradição do cinema italiano de Argento e Fulci.»
Dead Bride, de Francesco Picone, tanto pela realização como pelo argumento, apresenta-nos a premissa clássica de uma jovem família que regressa ao lar de infância de um dos cônjuges, acompanhada do seu filho bebé, após uma tragédia familiar. Neste caso, falamos do regresso de Alyson e Richard à casa de infância da primeira, onde rapidamente se veem assombrados por uma entidade maligna ligada à família.
A ideia-base, apesar de muito usada no cinema de terror, abre uma panóplia de hipóteses e de possíveis reviravoltas que poderiam concluir na satisfação do espectador com a longa-metragem. Infelizmente, as escolhas não foram as melhores, e Dead Bride fica longe de ser memorável.
Nada impede que se usem ideias de vários locais e nasça algo novo. Nada é impeditivo de se usar a premissa da jovem família assombrada, da noiva demoníaca, do espírita que explora o mundo «do outro lado» — são ideias bem conhecidas do mundo do terror, mas que, se inovadoras, podem perfeitamente dar origem a uma nova, maior, e talvez melhor, ideia. Dead Bride, contudo, não ultrapassa a junção destas ideias, que facilmente são identificadas pelo espectador como tendo sido usadas noutras obras. O que falta a Dead Bride é ultrapassar o clichê e saltar para a inovação de conceitos que estimulem o público. Seja na construção de enredo ou na caracterização de personagens.
O projeto é algo ambicioso na quantidade de ideias que tenta inserir em tão curto espaço de tempo. Mesmo que o resultado não agrade a todos os espectadores, uma ovação à ambição de Francesco Picone.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.