Fantasporto 2023: «Demigod: the Legend Begins», de Chris Huang Wen-Chang

Nova sessão: 27 de fevereiro, às 15 h 15, na sala 1

«Quando ignora o conselho do seu mestre Eight-Toed Qilin, o novato das artes marciais Su Huan-Jen é apanhado no meio de uma perigosa luta pelo poder. Metido numa conspiração que nem mesmo o seu mestre consegue resolver, Su Huan-Jen tem de reverter a maré e fazer parar o maléfico adversário de uma vez por todas. A excelência da animação num filme feito de beleza e artes marciais. Selecionado para o Festival de Neuchatel, onde ganhou o Prémio do Público, para o Festival de Bucheon e mais seis festivais. Foi ainda um dos mais premiados filmes no festival de Taipé.»

Marta Nazaré

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Demigod: the Legend Begins é a história da origem de Su Huan-Jen, um jovem prodígio e aprendiz de artes marciais, também um grande especialista em acupunctura. O seu único defeito é esquecer-se de devolver atempadamente os livros que leva emprestados. É aqui que o problema começa.

Como gosta tanto de ler, já tem uma dívida considerável na livraria local. Portanto, não é de estranhar que, apesar dos avisos do sábio mestre Eight-Toed Qil, tenha aceitado tentar curar as feridas de Yu Lin, Lord of the Globe Castle. O que o jovem aprendiz não esperava era que essa decisão o atirasse para uma batalha entre dois clãs rivais, que acabará inevitavelmente por ligá-lo a um destino muito maior (que para já desconhece).

Através do recurso a marionetas, típicas do tradicional teatro bùdàixì na Tailândia, o realizador Wen-Chang consegue transportar-nos para um universo wuxia, rico e colorido, que une a fantasia com as artes marciais. Neste mundo medieval imaginário, Vincent Huang deu voz a todas as personagens com grande expressividade, mas, quando várias delas interagem ao mesmo tempo, torna-se por vezes difícil perceber quem está a falar.

Os efeitos especiais estão muito bem conseguidos, recorrendo a imagens geradas por computador nas cenas de ação. A banda sonora bem escolhida teve uma contribuição fundamental em todas as cenas de clímax.


Embora o argumento não traga nada de novo, as tradicionais lutas de espadas e técnicas de kung-fu não desiludem os fãs do género, numa exibição de marionetas tão realista que nos leva, por vezes, a esquecer que não são pessoas reais a contracenar.