«Hush: Into the Darkness», de Game Studio 78

O videojogo em que o escuro é o teu inimigo, e a tua única arma, um peluche.

Ashlyn e GoGo, o seu macaco de peluche, prometem enfrentar os seus medos numa cave sombria.

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Martina Mendes

Num ambiente cartoonesco, conhecemos Ashlyn a fugir de um «monstro» que deixa a podridão e o medo por onde passa. É a correr dele que a nossa personagem abre uma porta e cai pelas escadas.
Começa então o jogo.

Ashlyn encontra-se numa cave escura e sombria. No chão, o seu boneco de estimação, um macaco chamado GoGo, que é, ao mesmo tempo, a nossa arma para enfrentar os diversos monstros que nos assombraram durante a infância, desde livros voadores e com dentes à caixa de brinquedos que nos engolirá.

A missão: descobrir quatro páginas que ajudarão a compor a imagem de uma porta que se encontra na cave, podendo assim, talvez, escapar por ela, fugindo ao seu maior medo, o escuro (Ashlyn vai inclusive relembrando ao jogador sempre que este se encontra no escuro por demasiado tempo). É neste ambiente, assustador, misterioso e envolvente — a música ganhando um destaque especial —, que não só descobrimos o nome da personagem com quem estamos a jogar como também um pequeno indício do mundo da pequena criança. Porém, e infelizmente, o videojogo fica aquém. Não só é uma demo, paga (disponível no Steam), como não cumpre o que promete.

Não vou mentir. A história, que só conheci depois de ler artigos, é boa. Talvez peque pelo clichê, mas não o chega a fazer, uma vez que não há desenvolvimento suficiente. O jogo, apesar de ter alguma dificuldade, torna-se demasiado curto, mesmo para um «Episódio 1»; os comandos são estranhos e mudá-los ou não é quase igual. A frustração veio facilmente ao de cima — claro que tenho de realçar que não sou a pessoa mais paciente, confesso — não só por estes problemas como pelo facto de realmente querer mais. Muito mais.

Gostaria de pensar que o videojogo ainda se encontrava em desenvolvimento, mas, desde 2015 (ano em que foi lançado e até fez presença numa das maiores feiras de videojogos do mundo, a E3), não houve qualquer lançamento de um novo episódio, o que tinha sido prometido para finais do mesmo ano.

Creio que tem sido um tema demasiado comum nos videojogos portugueses: a falta de financiamento. E, apesar de Hush: Into the Darkness ter sido falado em vários artigos durante o ano de 2015, a verdade é que caiu no esquecimento.

Mais um. E um com potencial!