Locais a visitar: Teatro de Lethes (Faro)
Um dos sítios mais assombrados de Portugal.
«Como se a componente mística do nome Lethes não fosse suficiente, corre pela boca do povo que o teatro está assombrado não por um, mas por dois espíritos retidos em plano terreno.»
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16.50 € (com IVA)Localizado em Faro, o Teatro de Lethes é um edifício com uma longa história. O edifício foi construído em 1605 para albergar o Colégio de Santiago Maior, que terá encerrado 154 anos depois da sua abertura inicial. Durante a invasão francesa, o colégio foi dominado pela companhia do General Junot e utilizado para albergar as tropas de Napoleão no que foi a primeira tentativa de dominar o território português.
Só em 1843 é que o edifício é adquirido em hasta pública por Lázaro Doglioni, sendo posteriormente inaugurado, a 4 de abril de 1845, com o nome Teatro de Lethes. Na década de 1920, vítima de declínio e progressivo abandono, o Teatro de Lethes volta novamente a ser encerrado para reabrir em 1951, já sob o domínio da Cruz Vermelha Portuguesa. Mais tarde, a CVP cede a sala de teatro à Delegação Regional do Algarve do Ministério da Cultura, mas só em 2012 o Teatro Lethes retoma o papel para o qual Lázaro Doglioni o adquiriu tantos séculos antes: a promoção e exibição da arte do teatro. É nele, desde esse ano, que está instalada a Companhia de Teatro do Algarve.
Por interessante que sejam as peripécias do percurso deste edifício, é por outros assuntos que merece o nosso destaque, não fosse o Teatro de Lethes fazer parte dos mais infames locais assombrados de Portugal.
Como se a componente mística do nome Lethes não fosse suficiente, corre pela boca do povo que o teatro está assombrado não por um, mas por dois espíritos retidos em plano terreno.
Uma das histórias está associada aos anos em que o teatro albergou a companhia de soldados francesa. Conta-se que terão sido descobertos os restos mortais de um soldado francês, emparedados onde atualmente se encontra a cabina elétrica. O seu fantasma terá ficado retido para a eternidade no Teatro de Lethes, guardando consigo os segredos que envolvem a sua morte.
A assombração mais conhecida, no entanto, é a de uma bailarina que se terá suicidado, por enforcamento, no palco do Lethes. Contam-se por aí dois motivos para tamanho crime: uma versão fala de exaustão profissional; a outra, mais romântica e tão comum nas histórias portuguesas, refere um amor não correspondido. Nunca saberemos ao certo qual dos motivos terá levado a bailarina a suicidar-se, mas certos são os relatos daqueles que dizem ter ouvido as suas passadas ressoar pelo palco vazio em certas noites.
Assombrado ou não, recomendamos a visita a esta belíssima sala de teatro. Para aqueles que sejam amantes da arte, podem encontrar o programa de espetáculos na página do Lethes. Ficamos à espera de saber se tiveram a honra de ouvir as passadas da bailarina ou sentir a presença do soldado emparedado.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.