Recomendações de livros para ler em julho

Depois de um mês recheado de lançamentos, não poderiam faltar livros de terror.

Um livro novo de Stephen King, mais um lançamento da Barca e um livro de contos de Nuno Gonçalves.

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Madalena Feliciano Santos

Para o mês de julho, trago-vos recomendações de livros de terror acabadinhos de sair.

A minha primeira recomendação é o Sem Tréguas, de Stephen King, traduzido por Rui Azeredo e José Remelhe.

É um livro que pertence ao universo de Holly Gibson e que, além de ter vários pontos de vista, tem várias linhas narrativas, vários assassinos e vários temas que nos deixam sempre a pensar em como é que tudo se ligará no final. É um livro denso, especialmente intrincado para aqueles que gostam de ler mistérios com muitas camadas, onde nas duas linhas principais seguem, por um lado, um assassino que decide matar inocentes no lugar de culpados (ou dos que acha que são culpados) e, por outro, um stalker que começa a ir longe demais.

No final de julho [2025], vai sair uma crítica mais detalhada sobre este livro, mas posso dizer-vos já que foi um daqueles que me surpreendeu, apesar de não ser uma leitura que levaria para a praia ou para a beira da piscina para relaxar.

Recomendo também o livro Linghun, de Ai Jiang, novo lançamento da Barca.

Foi um dos meus livros favoritos do ano passado e tive o prazer de o traduzir este ano. Neste livro, seguimos três perspetivas: a de Wenqi, uma rapariga que acaba de se mudar, com a mãe e o pai, para um bairro chamado LAR; a de Liam, um expectante que vive no jardim de uma das casas com os pais; e a de Sra., que é, há muito tempo, proprietária de uma das casas de LAR.

E agora perguntam-me: o que é um expectante? E porque é que há pessoas a viver do lado de fora das casas? Acontece que as pessoas que se mudam para LAR têm um objetivo, que é voltar a viver com entes queridos que faleceram. De certa forma, estas casas têm a capacidade de fazer com que isso se concretize. Existe uma maior hipótese de se conseguir uma casa se se marcar lugar, e é por isso que várias famílias se encontram espalhadas pelos relvados e jardins, chegando a viver ali durante anos. É um livro sobre o luto e sobre as diferentes formas que este pode tomar, sobre não conseguir deixar ir e recusar aceitar a morte. É um livro com temas fortes (tem no início os avisos de conteúdo), com reviravoltas muito surpreendentes e, às vezes, chocantes, mas que tenho andado a recomendar a toda a gente.

O último livro para este mês é o e, felizmente, não viveram para sempre, de Nuno Gonçalves.

Por falar em várias perspetivas (parece que é tema para as recomendações deste mês), temos agora um livro de contos de terror, com vários temas muito diferentes entre si, com finais de que não estamos à espera (sim, mesmo tendo em conta o título), com histórias que vão desde terror mais gráfico a terror psicológico, com viagens no tempo, com pitadas de ficção científica, com detalhes históricos, bruxas, lendas, muita coisa.

Na apresentação do livro na Feira do Livro de Lisboa, falou-se um pouco mais sobre um dos contos, o «Palhaço Triste», e a única coisa que tenho a dizer é que foi o que me ficou mais gravado na memória (para o bem ou para o mal, deixo isso ao vosso critério) e que ainda não desvendei muito bem a relação amor-ódio-nojo que tenho com ele.

Com estas recomendações, não faltam temas por onde pegar. Honestamente, boa sorte, para qualquer um dos livros.