«Caveat» (2020)
Um filme de Damian McCarthy.
O primo-pelúcia de Frank The Rabbit chegou para vos dar pesadelos.
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16.50 € (com IVA)Falámos de Damian McCarthy recentemente pela sua mais recente obra (Oddity), que estreou na 18.ª edição do MOTELX, e isso lembrou-me: por que raio é que ainda não temos uma SdN sobre Caveat?
Não é a história em si que surpreende, apesar de todas as perguntas que ficam por responder. Os acontecimentos-chave por trás de Caveat são bastante simples, causas do horror da natureza humana — este, aliás, parece ser a predileção de Damian McCarthy, onde o sobrenatural serve para apimentar o argumento e para demonstrar que, afinal, o que devemos temer não é o extranatural, mas sim os vivos que nos rodeiam. O que surpreende, na realidade, é o ambiente de incerteza que modela Caveat do princípio ao fim, com cada revelação a deixar o espectador cada vez mais na beira do assento, até se encontrar prestes a cair no chão.
O que é de louvar em Caveat é a maneira como, no silêncio, retrata o peso dos segredos que se escondem no casebre onde Isaac (Jonathan French) se vê refém, ao aceitar um trabalho de adult sitting de Olga (Leila Sykes), uma esquizofrénica com estranhos episódios de catatonia.
Caveat é também um filme que se aventura a molhar os pés nas águas da saúde mental, não apenas com as características patológicas de Olga, mas também com as da sua mãe e das restantes personagens do filme.
Desenrolando-se lentamente, Caveat é um filme que queima devagarinho duas coisas: a própria história e a sanidade do espectador, pedindo-lhe que digira com paciência as revelações e as reviravoltas do argumento. Interessante, também, é como o objeto que é temido e que marca a mente do espectador (o coelho de pelúcia putrefato que faz lembrar Frank The Rabbit, se ele encontrasse o resto dos instrumentos do macaco tocador de pandeiretas do Conjuring) se revela a coisa menos aterradora de Caveat.
Foi a estreia de Damian McCarthy na realização de longas-metragens e foi um começo mais do que positivo. Oddity foi um seguimento para uma carreira promissora e, na Sessão da Noite, esperamos poder falar deste realizador bastante em breve.
Agora, o meu conselho: se ainda não viram, vejam — está disponível na plataforma Filmtwist. E aproveitem para ganhar uma fobia nova: peluches de coelhinhos com olhos de vidro.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.