Sessão da Noite — «O Macaco», um filme de Osgood Perkins
Mais um filme para a lista de «baseados num conto de Stephen King».
Fui ver este sem dar uma espreitadela no trailer e ainda bem que não dei, pois já bastava o entusiasmo por ser baseado num conto do mestre do terror, o que ultimamente não tem cumprido as expectativas (veja-se Salem’s Lot, um remake que esperava mais do que o término do meu mestrado e sobre o qual nem me dignei a falar).
A sinopse não revela muito: «Quando os gémeos Bill e Hal encontram no sótão um velho macaco de brinquedo do pai, começa uma série de mortes terríveis. Os irmãos decidem deitar o brinquedo fora e seguir em frente com as suas vidas, distanciando-se com o passar dos anos». Mas, quando chegamos ao final da hora e 38 minutos, podemos dizer que O Macaco cumpre as categorias que lhe são atribuídas: comédia negra e splatter horror.
A lista de trabalhos de Perkins é um morno aceitável misturado com coisas que uma pessoa nunca mais quer ver de novo (compare-se The Blackcoat’s Daughter e I am the Pretty Thing that Lives in the House). Mas, após uma obra digna de assombrar os sonhos dos pecadores à noite (Longlegs), O Macaco veio com muita expectativa.
Não posso dizer que tenha cumprido aquilo que eu esperava, mas o erro foi meu, que me deixei levar pela imagem aterradora de um macaco com um tambor, e não vi a classificação de comédia negra. Porém, importa referir que a minha falta de entusiasmo não se deve a O Macaco ser um falhanço, mas sim porque ando carente de filmes de terror que me tirem o sono à noite e me façam ter medo do escuro.
O Macaco consegue isso? Talvez para alguns. Para mim, não.
O Macaco surpreende, sim, pelas mortes cheias de imaginação que contrastam com o carinhoso tema da importância da família. Com um cheiro a sobrenatural e uma pitada de justiça, O Macaco traz também o exemplo do que eu seria como mãe, e só me dá mais uma certeza de que pessoas assim deviam ser tias eternas, pelo bem da humanidade.
O Macaco estreou nos cinemas portugueses a 20 de fevereiro [2025].
Aguardando o retorno do terror puro e inquietante, despeço-me com votos de boas sessões noturnas.
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Maria Varanda
Diz-se que nasceu em Portugal em 1994, pelo menos nesta reencarnação. Quando a terceira visão está alinhada, brotam ideias na sua mente que a inquietam e tem de as transcrever para o papel para sossegar o espírito. Chamam-lhe imaginação, mas se calhar as ideias vêm de outro lado, e Maria serve apenas de meio de transmissão. Procura-se quem queira ouvir a mensagem.