Raquel S. apresenta «DESCANSAR»
27 e 28 de março, às 19 h 30, no Teatro Rivoli.
DESCANSAR parte dos cemitérios: lugares de homenagem, por um lado, mas, por outro, de leitura de diferenças sociais, políticas, económicas, de género, entre outras.
CRÉDITO DAS FOTOS DE CENA: Nuno Matos
«O que escrevemos em pedra? Que livros de mármore, que floreiras, que fotomontagens usamos para homenagear as pessoas que morreram? Que decisões estéticas tomamos? DESCANSAR parte dos cemitérios: lugares de homenagem, por um lado, mas, por outro, de leitura de diferenças sociais, políticas, económicas, de género, entre outras. O cemitério é um espaço altamente performático: por um lado, ritualista; por outro, quotidiano (há tigelas de comida de gato, vassouras atrás de jazigos, hastas públicas). É ainda um limiar: os mundos dos vivos e dos mortos coexistem. Há uma presença simbólica, imaginária, religiosa, fantasmagórica. E um movimento lento e imparável: a decomposição. O cemitério é um lugar de cruzamento e tensão e, por isso, iminentemente teatral.» — Raquel S.
A peça DESCANSAR, com texto e direção artística de Raquel S. e interpretação e cocriação de Júlia Valente e Leonor Cabral, sobe ao Palco Grande Auditório do Teatro Municipal Rivoli no Porto, dias 27 e 28 de março, para duas sessões às 19 h 30. Os bilhetes estão disponíveis para compra aqui.
No âmbito desta peça, há duas visitas dramatúrgicas com Raquel S. ao Cemitério do Prado do Repouso programadas para 14 de março, às 10 h 30, e 16 de março, às 15 h. A entrada é gratuita, mas os interessados devem inscrever-se através do e-mail bilheteira.tmp@agoraporto.pt.
Nas palavras da autora da peça: «Na pesquisa de DESCANSAR, passei muito tempo em cemitérios. Anotei diferenças entre uns e outros; pesquisei nomes escritos em pedra; encontrei epitáfios invulgares, decorações extravagantes, pormenores inesperados. Estudei os mapas de visita. Estudei mausoléus enormes, com grandes estátuas com formas humanas, e pequenos ossários com corações autocolantes a dizer «Saudade». Esta visita dramatúrgica tem como objetivo partilhar não só as histórias, decorações e epitáfios que fui encontrando no Prado do Repouso como também pensar acerca do material que fica de fora na conceção de um espetáculo de teatro — no cemitério da dramaturgia que não chega a cena».