«The Boogeyman» (2023)

No Dia da Criança, estreou nos cinemas portugueses esta prenda para os adultos.

«The Boogeyman é o novo filme da Sessão da Noite. Vá ao cinema e verá que foi uma boa decisão. E não se esqueça de fechar bem a porta do roupeiro hoje à noite.» 

Maria Varanda

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Obrigada, Scott Beck, Bryan Woods e Mark Heyman. Obrigada, Rob Savage, Sophie Thatcher, Chris Messina e Vivien Lyra Blair. Obrigada, 21 Laps Entertainment e 20th Century Studios. E, acima de tudo, obrigada, Stephen King.

Achavam que a fangirl já se tinha calado? Nem que a vaca tussa.

Em The Boogeyman, as irmãs Harper, Sadie e Sawyer, ainda recuperando da perda trágica da mãe, veem-se entre o perigo de uma presença misteriosa e a recusa do pai, um viúvo enlutado, em acreditar no que está a acontecer com a família.

Fruto do trabalho de todos os nomes (e muitos mais) referidos acima, The Boogeyman é o primeiro filme de terror em muito tempo que merece o esforço de trocar o pijama por roupa lavada, desligar as plataformas de streaming e ir até à sala de cinema mais próxima.


A sério, façam o esforço de sair do sofá. Este vale mesmo a pena.


A escolha do elenco é irrepreensível, não fosse a personagem principal representada por Sophie Thatcher, que se entrega de corpo e alma ao papel de Sadie e nos faz sentir tristeza, medo e coragem mesmo através de um ecrã. E isso é arte. Os restantes atores cumprem também os seus papéis com a mesma autenticidade da jovem estrela de Yellowjackets.

Para os fãs de Stephen King, preparem-se. O filme é baseado no conto com o mesmo nome e traz-nos o conhecido Lester Billings, à volta do qual a história acontece, mas apenas para dar início ao terror que assombrará a família Harper.

The Boogeyman não só nos oferece crescimento de personagem, em apenas 1 h 38 min, como ainda dá uns toques no mundo de fantasia do tio King, no que toca à personificação do papão. Quem já leu IT e vir o filme vai sem dúvida perceber do que estou a falar.

The Boogeyman tem o medo do sobrenatural (ou extraterrestre ou só não-natural), mas também medos comuns e não menos aterradores. Temos o medo do escuro, o medo do futuro não planeado, o medo da perda. Temos o sofrimento do luto, do sentimento de não pertença, de não ser ouvido ou compreendido. The Boogeyman é mais do que um «simples» filme de terror sobre um monstro. É um filme multidimensional sobre todo o tipo de papões que se escondem no escuro.


Sei perfeitamente que o ano ainda vai a meio e que muitos filmes de terror ainda estão para estrear nos próximos meses. Mas boa sorte a todos. The Boogeyman lançou garras e dentes (e mãos e bocas…) ao pódio e dificilmente abdicará dele.