«The Vigil – O Despertar do Mal» (2019)

O número de suspiros de desagrado que saíram de mim ao ver a tradução do filme The Vigil foram incontáveis, mas insuficientes para lavar a revolta que há em mim. O Despertar do Mal… Porquê? Porquê?!

Para falarmos deste filme, temos de pôr de parte a pobre tradução do título e, portanto, vamos usar o nome original, se o leitor não se importar. Se se importar, tenha pena de mim e tolere-me.

***

Maria Varanda

O nosso livro está à venda!

The Vigil é um filme de 2019 que apenas chegou em 2022 aos cinemas portugueses, com todos os atrasos que esta maldita pandemia provocou na vida e na arte.

Realizado por Keith Thomas, o enredo dá-nos a conhecer Yakov Ronen (Dave Davis), um homem que se afastou da comunidade ortodoxa-judaica em Brooklyn. Por motivos financeiros, aceita um trabalho como shomer, ou seja, vigiar o corpo de um falecido desde o momento do falecimento até ao funeral — a este ritual judaico chama-se shemira (uma breve leitura sobre a temática deixará o leitor satisfeito caso, como eu, seja um amante de conhecer as religiões alheias à própria).


Amantes de cinema, apaixonados de entretenimento e adoradores de mitologia: este filme é para vocês. Há uma história que suporta as nossas personagens, há suspense, há sustos e coisas que se escondem no escuro.


A inquietude até das cenas menos movimentadas do filme penetra a nossa pele e desenha sobre ela os caminhos do desconforto.

Se ainda não está convencido, tenho a dizer que The Vigil é do mesmo estúdio que nos trouxe The Babadook e Relic. Se isto não o convence, temos de ter uma conversinha séria.