A Bruxa Mimi e o Gato Rogério
Uma grande amizade e uns pozinhos de perlimpimpim são a solução para todos os males.
As histórias cómicas e mirabolantes da bruxa Mimi e do seu gato preto estão connosco desde 1999, publicadas pela editora Gradiva. As trapalhadas são mais do que muitas, mas felizmente a desenrascada bruxa Mimi tudo resolve agitando a varinha e batendo com o pé no chão três vezes enquanto entoa «abracadabra».
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«Os Melhores Contos da Fábrica do Terror – Vol. 1»
16.50 € (com IVA)Recomendado para 6+
Conheci a cativante bruxa Mimi e o Rogério, o seu medroso gato de estimação, através da Hora do Conto da livraria Aqui Há Gato!, em Santarém. Foi amor à primeira leitura. Durante vários dias, deixei-me enfeitiçar pela escrita criativa de Valerie Thomas e perdi-me nos pormenores coloridos das ilustrações de Korky Paul. Quanto mais as observava, mais particularidades encontrava. Escutei quase sem pestanejar algumas das mais de 40 aventuras e desventuras desta bruxa desastrada e do seu adjuvante peludo que começavam sempre no grande castelo gótico, de interior preto, a cor preferida da protagonista desta coleção.
Embora a Mimi esteja sempre a tropeçar no Rogério ― não só por ser um pouco pitosga, mas também porque é difícil encontrar um gato preto numa casa que o torna imperceptível ―, os dois melhores amigos passam os dias na tranquilidade da floresta, a apanhar banhos de sol no jardim e a cultivar abóboras, um ingrediente imprescindível nos pratos que tanto apreciam, como é o caso da abóbora assada. Em Mimi e Rogério: Que Grande Abóbora!, a impaciente Mimi queria que os legumes da horta crescessem mais depressa, mas o feitiço foi «mal lançado», como é apanágio de todas as suas histórias, e uma abóbora descomunal esteve em vias de destruir-lhes a casa. O guloso Rogério, que lambe os beiços por sopa de abóbora com natas, é que saiu a ganhar quando o assunto se resolveu.
É certo e sabido que bruxinhas irrequietas e com mentes efervescentes como a Mimi não gostam de ficar muito tempo no mesmo lugar. Há o fundo do mar para visitar, o espaço para explorar, festivais das bruxas para organizar… Enfim, até embarcar numa volta ao mundo. A Mimi salta para a vassoura, põe o Rogério ao ombro e arranca em altos voos.
Contudo, os azares encontram a nossa bruxa de chapéu colorido, lábios pretos e cabelo esvoaçante mesmo sem esta ter de sair de casa. «Vassouras me levem!», exclama tantas vezes. A Mimi tem realmente o condão de atrair sarilhos.
Certa vez, a varinha foi parar à máquina de lavar por acidente e estragou-se (Mimi e Rogério e a Varinha Mágica). Outra vez, objetos começaram a cair e a partirem-se sozinhos sem ninguém lhes tocar (Mimi e Rogério e a Casa Assombrada). Outra vez ainda, pegadas misteriosas apareceram no jardim e não se sabia a quem pertenciam (Mimi e Rogério e o Monstro Misterioso). Mas nada supera o dia em que a Mimi resolveu comprar um computador e passar o livro de feitiços para o digital (O Computador da Mimi). Há coisas que realmente não deviam sair do papel. Confesso que vi o caso mal parado em Mimi e Rogério e o Grande Safari dos Insetos, quando, a fazer lembrar o Querida, Encolhi os Miúdos, os nossos intrépidos protagonistas decidem ficar mais pequenos para explorar o mundo dos insetos. O que não contavam era que a varinha não encolhesse como eles.
Por entre soluções simples, mas inteligentes, os livros da coleção Mimi e Rogério deixam a pairar no ar mensagens encantadas, como o facto de todos os contratempos poderem ser remediados, se não nos deixarmos paralisar pelo medo. Sem esquecer que a imaginação é uma ferramenta mágica, pronta a auxiliar-nos em qualquer altura, tal como um bom amigo.
Conjuradas pelas autoras Valerie Thomas e Laura Owen, e enfeitiçadas pelo ilustrador Korky Thomas, as histórias da bruxa Mimi e do gato Rogério são recomendadas para a educação pré-escolar, destinadas a ler em voz alta e adaptadas ao trabalho em sala de aula. São um verdadeiro sucesso na hora do conto um pouco por todo o país.
O primeiro volume, A Bruxa Mimi, é vencedor do Prémio do Livro Infantil, atribuído pela Federação de Grupos do Livro Infantil.
Além de 41 histórias traduzidas para português pela editora Gradiva, até à data, temos ainda O Livro de Autocolantes da Mimi e O que Consegues Descobrir no Mundo da Mimi?, um livro-jogo que nos desafia a encontrar objetos estranhos e hilariantes em cenários deste universo mágico.
Querem aprender como se faz um feitiço? E que tal um chapéu novo para a Mimi? Vale a pena dar uma vista de olhos à página de passatempos e atividades desta coleção.
A coleção Mimi e Rogério tem tantos, mas tantos, livros que é fácil perder-lhes a conta. Consultem aqui o catálogo completo. Alguns volumes estão com descontos de enfeitiçar.
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Marta Nazaré
Marta Nazaré, nascida em Lisboa, a 5 de março de 1981, é formada em Letras e Tradução de Inglês. Dedica-se a tempo inteiro à tradução de livros infantojuvenis e à legendagem de filmes e séries.
Descobriu o terror em tenra idade na papelaria do bairro que vendia a coleção «Arrepios», de R. L. Stine. Ainda hoje, o terror infantojuvenil é o seu género preferido.