Desvendando os Crimes e Mistérios no Porto

Uma experiência guiada pela Calling You Tours

O Porto está, pura e simplesmente, repleto de Crimes e Mistérios.

De Maria Varanda e Marta Nazaré

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Sabia que, na Praça Carlos Alberto, o antigo Largo dos Ferradores, os contratos de trabalho eram celebrados com um aperto de mão e um copo de vinho?

Bem, ao início desta visita guiada ao Porto, o contrato é selado com um shot de uma bebida misteriosa oferecida pela nossa guia — sossegue, é licor. Ou um qualquer veneno, ainda hoje permanecemos em dúvida.  Poderíamos ter alucinado a maioria da visita, mas a realidade é que a história da cidade, contada por Leonor Tito, não possui falácias ou enganos. O Porto está, pura e simplesmente, repleto de Crimes e Mistérios.

Logo no ponto de encontro, o visitante será surpreendido por uma guia turística que assume a personagem: as suas vestes são negras, o discurso misterioso e sombrio, as mãos protegendo uma caixa de metal — caixa essa que assume um importantíssimo papel mais perto do final do percurso, guardando segredos que o leitor só poderá conhecer se se aventurar nesta tour da cidade do Porto.

O primeiro crime do percurso diz-se ter sido acidente: o pedaço de um brasão de pedra, caído do topo de um edifício, dita o fim de uma curta vida. A criança é desconhecida e, sob o peso dos dinheiros da família fidalga a quem o brasão pertencia, a morte é esquecida.

Olvidado não foi o sofrimento das famílias que se despediam dos emigrantes que partiam para serem padeiros. Na Praça Central, ainda se ouvem, no breu de noites silenciosas, o bater dos cascos dos cavalos e o chocalhar das caixas de madeira, onde os pobres emigrantes carregavam os escassos bens.

Uns metros mais à frente no percurso, seguindo a guia-historiadora, o leitor poderá conhecer o antigo Campo das Malvas, agora Campo dos Mártires da Pátria, e o local onde, antes da construção dos Clérigos, eram enterrados os malfeitores condenados à forca.


Quando ouvir a expressão «mandar para as malvas», tente não a levar muito a peito; ou leve, depende do que fez para a ouvir.


No amplo espaço circundante, a guia dá a conhecer factos sobre a antiga Cadeia da Relação, onde Camilo Castelo Branco cumpriu um ano de pena por adultério, e escreveu a sua tão conhecida obra Amor de Perdição. Apresentar-se-á também a história da Judiaria e dos seus costumes e cultura, da sua convivência com o poder católico e a importância da população Judaica para os negócios da cidade do Porto.

Perto do local, é visível a Torre e Igreja dos Clérigos, sob a qual estão sepultadas as ossadas do arquiteto que a desenhou. Não é o único esqueleto enterrado na cidade do Porto. Entre muitos metafóricos, alguns bem literais não foram exumados antes da construção de certas partes da cidade. Assombrada? Talvez.


Não queira aventurar-se sozinho para lá do crepúsculo — vá com uma das guias da Calling You Tours.


Após uma breve paragem no Miradouro da Vitória, marcado por uma belíssima paisagem e por uma casa cujas energias negativas ditam o fim de qualquer negócio, avançará colina abaixo. Passeando pelas belíssimas ruas do Porto, inúmeras histórias irão surpreendê-lo nesta visita guiada que se faz de noite. Não quererá perder, certamente, o que esconde a caixa metálica nas mãos da sua guia, ou os crimes de Henriqueta, famosíssima senhora tolerável do Porto, nem a história de D. Maria das Dores após o seu casamento com o médico toxicologista Vicente Urbino de Freitas, na que é uma das vias mais movimentadas do Porto: a Rua das Flores.


Leitor, aproximando-se do final da visita guiada, leve a sua coragem ao limite e não tape os ouvidos às histórias das almas da Ribeira, dos enterros dos pobres no lamaçal, da Estação de São Bento, da força e determinação da Abadessa Dona Maria da Glória, da vil memória do Caceteiro e dos julgamentos sumários da rua Chã.


Interessado em todos estes, e mais, crimes e mistérios da Invicta? A Fábrica recomenda avidamente a visita guiada (noturna e de arrepiar) da Calling You Tours para conhecer «o lado sombrio da cidade do Porto».