Crítica a «Monsters Within», de Catarina Prata

Um livro com seis contos de terror sobre os monstros que podem viver dentro de nós.

Desde sentirmo-nos ameaçados por uma casa que concede desejos a termos de viver com um bicho que nos entrou no olho, de traumas mais reais a cenários mais sobrenaturais, estamos perante um livro que nos agarra conto após conto e que nos dá aquela sensação de querer ansiosamente saber o que acontece.

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Madalena Feliciano Santos

Monsters Within, de Catarina Prata, com ilustrações de Pedro Nascimento e João Pedro Prata, foi publicado em fevereiro de 2025 (está disponível apenas em inglês, na Amazon) e é um livro que apresenta seis contos sobre os tipos de monstros que podem viver dentro de nós (e que, talvez, até podem sair de dentro de nós). Por mais diferentes que as histórias possam ser, todas elas têm este fio condutor.


A sensação que tive quando acabei de o ler foi que todas estas histórias poderiam ser vários cenários de um mesmo mundo, de tão reais que são os sentimentos que expressam.


Mesmo assim, os contos conseguem ser muito diferentes, tanto quanto aos temas como quanto à forma como estes são tratados e representados em cada história. Além disso, são contos cheios de tensão do início ao fim e que se leem a um ritmo rápido, por querermos saber ansiosamente o que acontece.

O livro começa com «The Wishing», um conto que tem uma casa como personagem! É uma casa que concede desejos sempre dentro de uma comunidade: tirando de um para dar a outro. Não parece nada demais, até parece justo. Mas será mesmo?

«A Good Evaluation» é uma história que me fez lembrar a paranoia sentida em certos livros de Stephen King. Aquela sensação de estarmos sozinhos, de começarem a acontecer coisas que não sabemos se são ou não da nossa cabeça e no que isso pode resultar. É uma história sobre uma sensação que muitas pessoas já sentiram, mas mil vezes ampliada — e mais não digo. Tem também um bocadinho de humor negro no final, que dá aquele remate provocador.

«To Build a Home» é o que consideraria o mais forte e mais real. É uma história de abuso que nos faz ficar desconfortáveis e, ao mesmo tempo, nos suga para dentro daquilo que a personagem está a passar, obrigando-nos a continuar a ler. É como se estivéssemos a desejar chegar ao final para ver que tudo ficou bem, mas sempre com uma ideia do pior — e a realidade é que continua a ser exatamente aquilo que pensávamos desde o início.
Depois, vem o conto mais pequeno, «Mars Retrograde». E, se achavam que o pior já tinha passado, preparem-se para um conto ainda mais sangrento (literalmente).

«The Eye Bug» foi a história mais esquisita de todas e uma daquelas em que não acontece nada do que se está à espera, no bom sentido. Se alguma vez vos entrou um bicho para o olho, boa sorte para não se arrepiarem. Se não, boa sorte enquanto esperam pela vossa vez, porque nunca mais vão conseguir parar de pensar nisso.

O livro acaba com o conto «The Last Dive». É uma história muito criativa e com muita tensão que nos leva a pensar que vai tomar um certo rumo e depois baralha essas expectativas, uma e outra vez.


É um livro para quem gosta de contos de terror com tensão, com um ritmo rápido e que prenda a atenção desde a primeira palavra.