O que fazer no Natal — para fãs de terror

Tours, visitas a locais abandonados (e assombrados?) e idas a museus

Aproveita a época natalícia (e as férias, se for caso disso) para atividades mais assustadoras. O Halloween é sempre que um fã de terror quiser.

Tours criminosas

O dark tourism (o tipo de turismo associado a sítios trágicos e mórbidos) ainda não é muito conhecido em Portugal, mas aqui na Fábrica do Terror já experimentámos duas tours onde falar de crimes e coisas menos «felizes» é o tema central.

Experimenta a Rota dos Crimes de Lisboa (podes ler sobre a nossa experiência aqui) ou a tour Crimes e Mistérios no Porto, organizada pela Calling You Tours (adorámos esta experiência).

Viagens a sítios assombrados (alegadamente)

Mesmo que sejas o único membro da família a gostar de terror, podes sempre sugerir uma viagem «vá para fora cá dentro», como forma de ficarem a conhecer Portugal e apoiar o turismo local. O facto de esses destinos por acaso terem lugares (alegadamente) assombrados é apenas um pormenor (e a família não precisa de saber).

Assim sendo, toma nota: Valongo (tem um sanatório abandonado e rodeado de histórias), Évora (dá um saltinho à Capela dos Ossos) e Lamego (a Ponte do Nejo, na famosa EN2, é um poço fértil de mitos urbanos).

Cinema de Natal (com sustos) em família

Para os mais pequenos (com lugar para os crescidos também), o Cinema São Jorge reservou o mês de dezembro para a exibição de filmes de terror natalício. Dia 17, passa o The Muppet Christmas Carol e, dia 18, o How the Grinch Stole Christmas. Sabe mais aqui.

Visitas a museus

A sugestão ideal para matar logo aquelas queixas de «nunca fazemos nada cultural» pela raiz. Sugerimos que se equilibrem as visitas com um ou outro museu de arte, porque é Natal e não queremos começar discussões familiares que se prolonguem até à consoada.

Entre dois museus de arte, deem um pulinho ao Museu de Dermatologia (uma espécie de repositório de todas as doenças de pele que conseguem e não conseguem imaginar; podem ler sobre isso aqui) ou ao Museu Arqueológico do Carmo (um bocadinho mais arejado — porque quem não quiser ver múmias pode ficar-se pelas ruínas do convento).

Visitas a palácios

Entre estes dois, um é palácio à séria, o outro é só de nome.

O Palácio Biester (em Sintra) ficou famoso por ser um dos locais de filmagens do filme A Nona Porta (1999) e tem umas quantas histórias macabras associadas. Visitámo-lo pouco tempo depois de ter aberto as portas ao público pela primeira vez.

O Palácio do Rei do Lixo é um local icónico da margem sul do Tejo, mais propriamente de Coina. Também é conhecido como Torre do Inferno ou Palácio da Bruxa, por isso conseguem imaginar o tipo de histórias à volta deste edifício abandonado, não é verdade? Visitámo-lo ao longe, porque o «palácio» está em propriedade privada e, por isso, interdito.

Experimentar um terramoto (em segurança)

No seu conto «O Elefante e o Cavalo», na antologia A Sombra Sobre Lisboa – Contos Lovecraftianos na Cidade das Setes Colinas (Saída de Emergência), David Soares dá a entender que o espetacular Terramoto de 1755 (espetacular no sentido de dimensão e efeito trágico) foi, em parte, provocado pelos «Miri Nigri», uma criação de H. P. Lovecraft.

Seja qual for a teoria em que acredites, criaturas mutantes ou movimento das placas tectónicas, o certo é que no Quake (em Belém, Lisboa) podes experimentar o terramoto de 1755, em ambiente seguro e controlado, claro.

Sítios verdadeiramente assustadores (para visitar de dia)

O muro dos brinquedos (nome nosso), além do aspeto estranho (é uma vedação decorada com brinquedos usados), pode ser usado como inspiração para garantir que os mais pequenos se portam bem até o Pai Natal entregar as prendas. É boa inspiração para contos de terror infantis. Fica a dica.

Caminhada com histórias de fantasmas

Caminhadas noturnas, na Serra de Sintra, só à luz da Lua e com histórias de fantasmas à mistura? Recomendamos as do Caminheiro de Sintra. Fizemos a «Dos Fantasmas do Castelo às Aparições da Serra» e ficámos com vontade de voltar um dia para a caminhada «Sintra, Magia, Sonhos e Feitiçaria».